sexta-feira, 12 de março de 2010

Laranja Mecânica



Quando assistí ao filme “Laranja Mecânica”,   A Clockwork Orange ), filme de 1971, dirigido por Stanley Kubrick, adaptação do romance homônimo de 1962 do escritor inglês Anthony Burgess, ambientando num futuro próximo e indeterminado), choquei-me “ad nauseam”, quase um pânico, seguido de uma grande ansiedade, pois tive a certeza: aquilo prenunciava o século XXI. 
Era o prenúncio de um estado de coisas, a profecia maldita de um próximo século dominado pela violência gratuita, pela psicopatia indiferente, pela alienação e pela droga, por uma juventude irremediavelmente perdida e existencialmente vazia, para quem uma Sinfonia de Beethoven é apenas um pano de fundo sonoro para cérebros delinquentes.
O filme mostra a vida de um jovem chamado Alex De Large, (no filme o ator Malcolm McDowell), cujos gostos variam de música clássica (Beethoven), a estupro e ultraviolência. Ele é o líder de uma gang de arruaceiros, aos quais se refere como "druguis" (palavra originária do russo druk, amigo, mas com referências à palavra drugs). Alex é irreverente e abusa dos demais; mente para seus pais para faltar da escola.
“Alex leva seus droogs a invadir uma casa, golpeiam um escritor que nela vive e estupram sua esposa, enquanto cantam Singin' in the Rain. Alex lida com uma tentativa de golpe de um seus subordinados droogs.
Depois de faltar às aulas, seduz duas adolescentes em uma loja de discos, leva-as para sua casa e tem relações sexuais com ambas.
Posteriormente é capturado durante um assalto, traído por seus droogs (um ao qual Alex tinha cortado a parte superior da mão direita por ter desrespeitado sua autoridade na gang). Alex é golpeado no rosto com uma garrafa de leite e fica cego, de forma temporária, na cena do crime. Essa cegueira permitirá sua captura. (Só uma cegueira poderia fazer isso!).
Depois de ser preso, descobre que a vítima do roubo morreu, tendo sido sentenciado a 14 anos de prisão.
Após de ter cumprido apenas dois anos (!) de prisão, ele consegue a liberdade condicional, e se submete ao tratamento "Ludovico", uma terapia experimental de aversão, desenvolvida pelo governo como estratégia para deter o crime na sociedade. O tratamento consiste em ser exposto a formas extremas de violência, como ver um filme muito violento. Alex é incapaz de parar de assistir, pois seus olhos estão presos por um par de ganchos. Também é drogado antes de ver os filmes, para que associe as ações violentas com a dor que estas lhe provocam.
Sem a capacidade de se defender, e por sido desalojado por seus pais, desanimadamente perambula por Londres. Encontra velhas vítimas e dois de seus antigos droogs (agora policiais (!)) que lhe golpeiam e quase afogam.
Vaga pelos bosques até chegar à casa do escritor cuja esposa havia estuprado. O escritor o deixa entrar antes de descobrir sua identidade; logo, droga a Alex através de uma garrafa de vinho que ele o faz beber e tenta fazê-lo se suicidar tocando uma versão eletrônica da Nona Sinfonia de Beethoven. Alex se joga de uma janela, mas sobrevive.
Depois de uma grande recuperação no hospital, Alex parece ser o de antes. O governo oferece a Alex um trabalho muito bem remunerado.“
Tive plena certeza de que “Laranja Mecânica” era o prenúncio do início do ciclo da violência, da impunidade, da leniência dos governos e das leis e de métodos ridículos de recuperação de presos... senti que dalí prá frente iria começar o salve-se-quem-puder, a loteria da insegurança para os cidadões comuns!
Anthony Burgess foi um visionário! Os artistas sempre foram e serão as antenas da raça!

segunda-feira, 8 de março de 2010

Acorda Josué

Acorda sociólogo Josué de Castro e reescreve tudo. 
Eles nada entenderam, de Raiz a Raiz, para não falar em frio e fome, desde Frias, Paios, Guerras, Coelhos, Franciscanas e Cielos.
Voltei Recifinho. Da Ponte Velha, o visual infantil é o mesmo, tal qual um relógio sem ponteiros. Homens e caranguejos se perpetuam na lama. O homem, animal com rica sensibilidade neurológica na superfície corporal, bípede caminhante prá frente, enquanto o decápode, de revestimento caucáreo, com sonolenta aparência, anda prá trás e alimenta a panela dos que de cima da palafita eliminam dejetos no sansárico ciclo "come-defeca-come”.  

De Marx a Keynes, consolidado mesmo, só Lavoisier com o nada se perde e tudo se transforma. O que mais? Ah, lembrei! O caranguejo é portador de rara fenomenologia da natureza: o heteromorfismo. O que é isso?  É a substituição de um determinado orgão por outro totalmente distinto. Ou seja: quebrando seu olho, no mesmo local nasce uma pata, daquelas que adoramos com farinha e cerveja. E daí? Quem sabe se, arrancando as palafitas, nascerão hotéis como os de Dubai?  
Perdão, Josué, só resta fantasiar. Caranguejo e cerveja para todos...    

(Texto recebido por email de Gianni Antônio Lira Mastroianni -[giannimastroianni@terra.com.br])

Os esquecidos da Semana de Arte Moderna de 1922

A semana de arte moderna que revolucionou a arte e a cultura brasileiras ainda continua sua influência e aqui e alí é retomada em movimentos que pipocam nas artes, principalmente na música.
O Tropicalismo de Caetano Veloso, Gilberto Gil, maestro Rogério Duprat, Tom Zé foi uma retomada típica dos movimentos da semana que mudou e mudará o Brasil por muitos anos ainda.
Movimentos Pau Brasil, Verde Amarelo, Anta, Antropofagismo, Tropicalismo são farinhas do mesmo saco. Derivam-se todos dos movimentos da Vanguarda Europeia do inicio do século XX, principalmente do futurismo de Marinetti, com raízes mais fincadas no Dadaísmo de Tzara, Picabia e outros, cuja praxe maior era a iconoclastia total dos ídolos franceses e seus deuses menores românticos e parnasianos. Uma destruição mais formal que conteudística. Uma tentativa de atualização moderna da forma mais que o combate ao fantasma romântico.

Proposta múltipla: destruir a roupa do romantismo naturalista à Hugo, Zola e Rousseau, travesti-lo com roupas modernas italianas e ao mesmo tempo de coloração verde-amarela para brincar um carnaval em todas as modalidades de arte, em todos os bailes da vida, durante uma semana, semana que perdura até hoje, fonte permanente de vários outros movimentos renovadores da estética!
Após quase um século da Semana, os movimentos ainda aparecem e desaparecem, quase todos com as mesmas características, seguindo o mesmo fio de raciocínio dos mentores da Semana, imbuídos do mesmo pensamento revolucionário, nacionalizante e modernizante na acepção plena e atual da palavra.

"Pipoca ali, pipoca além.
Desanoitece e amanhã, tudo mudou.” (Caetano Veloso)

Aparecem e desaparecem como fagulhas de uma memória nacional.
Alguns são injustiçados e prematura e perenemente esquecidos, demonstrando que a memória nacional é curta ou pelo menos tem os braços curtos, pois não atinge todas as regiões do país, sobretudo quando se trata de Nordeste. Mestre Joaquim Inojosa, por exemplo. Pernambucano, precursor e modernista, à época, nestas bandas. Quem dele se lembra? Porque não o citam? Porque não o divulgaram?
Em: “O Modernismo Brasileiro – A arte moderna”, Mestre Inojosa instaura em uma carta manifesto o modernismo no Nordeste brasileiro. A história desse movimento no Nordeste é relatada pelo próprio Inojosa tardiamente, em 1968 em : “O movimento modernista em Pernambuco”.

"Em fins de 1922, quando afirmei nesta c idade (Recife) que nada estávamos fazendo porque fazíamos tudo velho, acharam absurdas e até ridículas minhas asserções.  ...a renovação de que falo é inevitável e necessária.
Porque persistimos inertes ante a evolução do pensamento e das artes?
... estão chamando esse movimento modernista de futurista, mas no Brasil não há futurismo! ... A arte não tem passado nem futuro, tem presente. Realizemos a arte da hora atual. Guerra ao belo como objetivo único da arte."

Terá sido Inojosa um modernista marginal por sua nordestinidade? Ou por estar deslocado do eixo cultural café-com-leite Rio-Minas-São Paulo? Ou são os críticos e historiadores marginalizantes os marginais?


Luar sobre Fortaleza

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Praia de Iracema

Lady Godiva

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Info-Arte

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Verso e reverso

Fotopoema

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Nascimento

Fotopoema2

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Picasso - Guernica

O Sudoku de Ant.Gaudi no portal da Sagrada Família em Barcelona

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Qualquer soma nas colunas, nas linhas ou em X dá 33: a idade de Cristo na cruz!

Pensamento1

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Fanatismo

Dies irae dies ille

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These foolish things

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Tem dias...

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Tem dias!

Wicked game (Kris Izaac)

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Babalu

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Fotopoema

Festival de Natal - Lago Negro - Gramado-RS

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Nativitaten - um espetáculo que se renova e merece ser visto e revisto!