sexta-feira, 30 de abril de 2010

A praga do século

O telefone celular é a praga do século!
Pela quantidade e pela falta de etiqueta com que as pessoas o usam.
O baixo custo e o barateamento galopante dos aparelhos fizeram com que uma vasta camada de gente sem o menor polimento social passasse a usá-lo, a ponto de orelhões entrarem em desuso e cartões de telefone passarem a ser peças de colecionador.
Gente que ainda não aprendeu a comer de talher usa impunemente o celular!

Hoje mesmo me aproximei de uma prateleira de supermercado para olhar uma mercadoria quando levei o maior susto: uma jovem que passava pelo corredor atrás de mim gritou em alto e mau tom palavras desaforadas, provavelmente ao namorado, ou quiçá, infeliz marido, a ponto de todos se virarem como a procurar de que fonte vinham os impropérios.
Dirigi-me à prateleira das frutas mas não conseguir nem escolher uma banana. Bem em frente, defronte às laranjas, uma desvairada duelava verbalmente pelo telefone aos gritos com a mãe. De longe, julgar-se-ia uma louca a chamar as surdas laranjas a gritos de “mamãe, me escute...”
No cinema, no melhor da cena, tem sempre um rebelde que, apesar das advertências iniciais explicitadas na tela antes do início do filme, não o desliga e atende-o nem que seja prá combinar qualquer programa depois da sessão.

No trânsito e nas estradas, envolvem-se em acidentes atendendo celulares.
No trabalho, todos os colegas já sabem dos pormenores e dos podres da vida de todos de tanto se ouvir confidências em celulares.
O chato mesmo é estar parado em alguma fila e ouvir  um chato desfiando pelo aparelho um papo não menos chato, discursivo e interminável, que se arrasta mais lento que a própria fila.
Com introdução de planos pelas operadoras, democratizou tanto que apareceu um fenômeno quase impossível há algum tempo atrás: o trote pelo celular. Faça seu plano pela operadora X, pagando apenas míseros reais e fala de graça para qualquer telefone fixo... e aí a vagabundagem que além de se drogar não tem o que fazer, liga prá você pelo simples prazer de lhe tirar, de lhe trotear! Pelo tamanho cada vez menor e a facilidade de se introduzir em presídios, até o vice-presidente da República do Brasil, o honrado e sereno Sr. José Alencar, foi vítima recente de sequestro virtual de presidiários portadores de celulares, apesar de proclamados “esforços” de autoridades para acabar com esse crime que aumenta a cada dia.

Celulares deveriam vir acompanhados de um manual de etiqueta para seu uso. Deveriam ser vendidos junto com um contrato com algumas regras sociais de utilização. E uma advertência do tipo: “o descumprimento dessa etiqueta básica pode acarretar a apreensão do aparelho por órgãos competentes”.
Acho a televisão muito educativa.
Todas as vezes que alguém liga o aparelho,
vou para outra sala e leio um livro.
Groucho Marx

terça-feira, 27 de abril de 2010

Tele-aversão



Para sentir a mediocridade da TV aberta (e até de alguns canais da fechada) em toda sua plenitude é preciso estar acamado por um motivo qualquer, uma gripe, por exemplo, e sem mais opções no PC, ligá-la a qualquer hora!
À noite ou aos sábados e domingos, nem pensar. 

Caju chupado, bagaço, guião, copião, dejá vu!
As novelas, com raras exceções, não passam de nhem-nhem-nhem e papo furado de mocinhas para moiçolas ou senhoras desavisadas, mal acostumadas ou viciadas em quem está de caso com quem, quem bota chifre em quem...
Sem falar em intervalos longos para anúncios repetitivos e gritantes, tentando lhe vender alguma coisa estuprando seus ouvidos, como se tentassem penetrar à força no seu cérebro pelos orifícios auriculares!

Você liga e depois de alguns minutos a disparar o controle de canais acima e abaixo, vem a sensação de impotência. A seguir, a de abandono, helpless. Depois a chateação que vira impaciência até a impaciência atingir o limiar do ódio, no ponto próximo do prejuízo de atirar um cinzeiro, um jarro ou até uma cadeira na pantalha luminosa e estúpida, brilhantemente estúpida.
Alguns programas locais exploram sadisticamente a violência urbana. Sua TV se tinge de vermelho e um lixo social derrama-se sobre sua casa!
Se se acamar, melhor não ligá-la. Leia algo, nem que seja o jornal de ontem...
Ou como disse Groucho Max: "Acho que a televisão é muito educativa! Todas as  vezes que alguém liga o aparelho vou para outra sala e leio um livro..."

segunda-feira, 26 de abril de 2010

A tarde desce com o sol e só, da minha varanda, observo os carros, aves de arribação metálicas, em revoada não se sabe para onde, congestionando o trânsito e liberando o pó cinza com que a cidade se maquia.
Ligo o som e ouço o “Prelude d´après-midi d´un Faune”, de Debussy, o que fez música pra incensar, relaxar e colorir as tardes e quiçá, as noites dos amantes.
Ouço motoristas que buzinam estressados e percebo que lhes falta um Debussy no player do carro.
Claude Debussy, francês de formação musical de conservatório,  viveu apenas 56 anos, de 1862 a 1918 e era essencialmente um impressionista, mesmo não sendo pintor deve ter tido forte influência dos movimentos pictóricos impressionistas da época.

Mesmo impressionista sua música não é descritiva, ela apenas dá cor ao som à harmonia, aos ouvidos. Pode até sugerir clarões azulados de raios de luar em “Clair de Lune”, mas como todo bom impressionista abstrato, é isso que ele faz: apenas sugere paisagens-tempo-espaços em forma de som. Podemos até sentir o calor e o vapor de uma tarde modorrenta, como, por exemplo, quando se ouve “As Estampas”! Ou os tons verdes de “Homenagens aos arbustos” ou ainda as cores  brilhantes e cristalinas de “Reflexos sobre as águas”.

Diz-se que frequentava os saraus de Mallarmé, aonde acorria a nata intelectual e artística da época, mas parece que sua maior influência foi mesmo da música oriental da qual se impregnou bastante durante as apresentações orquestrais na  grande exposição internacional de Paris em 1889. Antes disso, quando tinha apenas 27 anos, recebeu o Grande Prêmio Romano de composição e viajou para a Rússia, quando teve contato com Mussorgsky e sua música (“Quadros de uma exposição”, gravado até por bandas de rock and roll), principalmente a “Abertura da Páscoa russa” com seus acordes dissonantes.

Ouvindo o “Prelúdio na tarde um Fauno” sinto claramente que a música clássica moderna começou aí. Percebe-se porém que seu impressionismo pleno só aparece quando a orquestra participa com volume maior em segundo plano ao piano, mas o piano é sempre o astro principal, o carro-chefe, o band–leader. Sem ele não haveria Debussy nem esse poder relaxante de sua música, serena apesar de sua conturbada vida pessoal e conjugal e do câncer consuntivo dos seus últimos meses de vida. Disse o intelectual francês, Jean Cocteau sua música era para ser ouvida com a cabeça reclinada sobre as mãos...

Prelude, Clair de Lune, Arabesque, Reflexes sur l´eau são obras que sugerem os títulos e lhe transportam à sugestão, sem as cadências musicais rítmicas e repetitivas (se perdeu o caminho, pegue outro) da herança barroca de Bach, clássica de Mozart ou romântica de  Beethoven. Debussy é único em lhe conduzir a estradas onde visão e audição se completam.
Se for à farmácia comprar um benzodiazepínico, não vá: ao invés, compre um CD/DVD/Bluray/MP3, MP4, o que quer que seja, e relaxe com o barato da música de Debussy.
Se está em casa sozinho ou até bem acompanhado, ligue-se, conecte-se e se transporte a um mundo musical de paisagens serenas e pessoas agradáveis como  “La fille aux cheveaux de lin” (“A moça do cabelo de algodão”).
Se não quer pressa em suas noites quentes, acenda o abajur e o som dos “Nocturnes” com suas cores lilás. 
Se no trânsito congestionado, descongestione-se com os “Arabescos” (o motorista da frente agradece). Não se importe com os pequenos espaços de silêncio – o silêncio também faz contraponto com todas as boas músicas.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

E haja feriado!

Mais um feriado nacional, quase feriadão!
Trabalhadores, funcionários e assalariados agradecem e se bendizem por mais um dolce fare niente no país dos feriados. Classes produtoras, bancos, indústria, comércio, profissionais liberais e cidadões esclarecidos, não, porque sabem dos bilhões de prejuízos implícitos.
O governo, deixando de arrecadar outros tantos milhões, fecha os olhos; sabe que amanhã arrecadará muito mais. Quatro dias de repouso, muito álcool e balada na recente Santa Semana não são suficientes! Afinal ninguém é de ferro, dizem.

Analisemos friamente esses feriados. O da semana dita “santa”, por exemplo – o país tem atualmente uma população de não católicos já beirando os 50% que não participa das liturgias católicas. Dos católicos, ainda maioria por pura estatística declarada em censo do IBGE e não por devoção, mais da metade também não participa dessa liturgia, prefere ao invés de procissões e cânticos, as liturgias pagãs: culto a Baco e às deusas do axé. Uma minoria insignificante, que por sinal nem trabalha, composta de idosos e crianças, comparece ao chamado de suas paróquias, principalmente as coloniais paróquias mineiras. Prá que o feriado então? E porque nem em Roma é feriado?
Difícil para os políticos cutucarem os calos da Católica Apostólica Romana. Quem se atreveria? E porque se eles próprios aproveitam os santos dias para visitar suas santas bases políticas ou o refresco dos mares do norte e do  sul? Sem contar os que adoram os holofotes da mídia e aparecem na TV levando nas costas o andor de Jesus crucificado, como se ele próprio fosse um penitente.

Mal a gente se recupera de uma santa semana e vem logo a seguir outro feriado nacional: 21 de Abril! Dia da independência? Não, claro, dia do mártir da independência. Quem mesmo? Um dentista, (ou seria alferes?), bode expiatório de um movimento de revolta contra a “derrama” , imposto que sugava os ricos produtores (exploradores de minas e latifundiários) da colonial Minas Gerais, sediados em Vila Rica ( o nome já dizia tudo!).
Um movimento para libertar a nação do jugo imperial português? Não, Apenas um movimento de ricos senhores protestando contra a dita derrama, auto denominado “Inconfidência Mineira”, ou seja, contra impostos escorchantes tais quais esses que eu e você pagamos atualmente, tão ou mais elevados que os da antiga “derrama”...Que tal se aparecesse uma nova Inconfidência, uma “inconfidência nacional”, com uns 20 a 40 milhões de assinaturas de protesto contra essa derrama oficial gerenciada fria e rigidamente por uma entidade quase anônima denominada  receita.fazenda.org.br?

O dito herói da dita Inconfidência mineira morreu para acabar com a derrama a nível nacional? Não, simplesmente contra altos impostos pela Corôa sobre ouro, diamante, outros minérios e compra de escravos nas Minas Gerais.
Porque o feriado nacional? A “derrama” nacional dos impostos foi abolida”? Não, claro. Essa Inconfidência não passava de um movimento regional, quase local, onde só os grandes burgueses, mineiros e fazendeiros entravam. Era um movimento nacional? Não. Era um movimento popular? Não. Porque então esse feriado? Comemoramos o que afinal? Até em Minas, atualmente, se comemora mais a vida e a morte de Tancredo Neves, o político de profissão e dinastia, do que propriamente a tal inconfidência.
Porque o feriado, repito a questão. Apenas para mais uma folguinha, mais uma bebedeira, mais um dia de sol, de faxina ou de praia, de muita cachaça e cerveja, abuso de drogas e aumento da criminalidade e da pletora de vítimas da violência nos corredores dos hospitais de urgência. Querem festejar seus pseudomártires? Que festejem, mas em nível regional ou mesmo estadual. Como no Ceará, por exemplo: o dia de S.José é um feriado apenas estadual.

Prestou atenção ao que escrevi acima? Pseudomártires... Eu até que acreditava na boa intenção dessa cambada revoltada, mas depois que folheei o livro do historiador André Figueiredo Rodrigues, “A Fortuna dos Inconfidentes”,  uma pesquisa histórica exaustiva, (baseada não em ficção mas em documentos), alguns  parágrafos já foram suficientes para que minha crença histórica nessa estória caísse por terra! Vários dos mitos, além de terem pés de barro, deveriam ter nas mãos algemas: eram corruptos e alguns, inclusive, faziam a festa com o dinheiro público. O que eles queriam mesmo era burlar impostos imperiais em benefício próprio! 

Um tal Alvarenga Peixoto, que se dizia poeta, comprou um cargo de ouvidor e embolsou uma quantia enorme de dinheiro que ele dizia se destinava à luta contra espanhóis no Rio Grande do Sul! Bárbara Heliodora, sua mulher, é tida como heroína, pois após o “sacrifício” dos inconfidentes, ficou pobre e louca, vagando pelas ruas de Vila Rica... pura poesia! A tal Bárbara, segundo Rodrigues, permaneceu viva e muito viva, tinha muito dinheiro escondido no mocó, comprou fazendas e deixou uma enorme e abastada descendência.
Afinal, prá que o tal feriado de 21de Abril então? Só o macaco explica...




sexta-feira, 16 de abril de 2010

A vida de David Gale - você morreria por uma idéia?

É possível alguém morrer por um ideal? Bem, mártires sempre existiram, desde a mais remota antiguidade. Acredito, porém, que o mártir quase nunca espera o desfecho final. O mártir é o herói que não deu certo... E não confunda mártires com fanáticos. Como, por exemplo, homens-bomba terroristas que dão a vida por uma causa, na esperança de que ao morrer, sua alma vai direto para os braços de um Alah partidário e defensor do mundo muçulmano. Esses não são idealistas, nem estão dando sua vida por uma causa ou para ajudar a humanidade, estão pensando egoisticamente em si mesmos, em passar desta para melhor, de uma situação material que não talvez não seja lá grande coisa, para uma situação espiritual onde realmente acredita que usufruirá das benesses de um Alah todo poderoso. Do mesmo modo como os aviadores japoneses Kamikases da 2ª guerra mundial o faziam, pilotando seus aviões contra os aviões americanos. 

É mesmo provável que alguém da classe média, vivendo confortavelmente no mundo moderno, de educação acadêmica, possa sacrificar a própria vida por uma tese, uma tese sociopolítica dentro de uma organização que defende a abolição da pena de morte, morrendo por uma idéia?

Bem, se alguém que faz parte da organização e vive na linha de pobreza, tem gostos refinados e quer sair dessa para uma situação melhor, e pode colaborar com os mártires, sim.

Se alguém tem uma doença degenerativa grave, uma leucemia, por exemplo, com poucas chances de sobrevivência, e quer fazer de sua vida um motivo para corroborar sua tese, sim.

Se alguém era um professor universitário, expulso por falsa acusação de estupro de uma estudante, e, por isso mesmo separado da mulher e impedido de ver o filho que ama, envolvido no dito grupo anti pena de morte e num crescendo alcoolismo que nem o AA foi capaz de curar... Talvez...

Para saber o resultado, e principalmente se a tese que citei inicialmente pode acontecer, aí você vai ter de assistir a esse filme com Kevin Spacey e Kate Winslet - um thriller de ação, suspense, conteúdo e emoção, num filme de 2003: “A Vida de David Gale” – (quando o crime é evidente e a verdade, não) do escritor, ator britânico e diretor Alan Parker (o mesmo de “Evita”, “Asas da liberdade” e “Pink Floyd, the Wall”).

sábado, 10 de abril de 2010

Revendo "Terra em Transe"

Revejo “Terra em Transe”, o antológico filme brasileiro de 1967, direção e roteiro de Glauber Rocha.
Embora Glauber se achasse, e se levasse demais a sério com suas metáforas corajosas para a época, falta-lhe a verve e o biscoito fino que alimenta os cinéfilos, talvez devido à própria época de chumbo em que o filme foi feito e talvez porque o próprio roteiro bate de frente. Eis o grande mérito!

Et pour cause, “Terra em Transe” é pesado, diria quase depressivo! Uma linguagem rápida jogada na cara do freguês sem muita transpiração, como convinha à época, “comme Il faut”...

Dramático mas ao mesmo tempo excessivamente teatral. Caberia melhor num palco. Mas Glauber fez da telona seu palco, seu palco de protesto. Planos em conjunto, mas muitos primeiro planos, closes para diálogos mais próximos do auditório.

Percebo que  essa “Terra...” é uma mistura de  Macbeth tupiniquim com um Falstaff terceiro-mundista!  Um recital anímico de poesia política. Percebo como é bom ver um filme antológico anos depois que a poeira de estrelas senta.

Assusto-me com diálogos proféticos e geniais que podem abranger mais uns cem anos de América Lat(r)ina. A impostação das falas pode soar falso mas Deus sabe como foram verdadeiras para a história.
“Terra em Transe” é um flash verbal da ascensão e queda de um Presidente de República “bananeira” – poderia ter sido Getúlio, Jânio, Jango ou mais cem outros desse continente tão marcado por sua cultura colonial, onde não faltam pelegos, bajuladores, arrivistas, aproveitadores, maquiáveis e richelieus, na sempre fictícia república de Eldorado, onde Porfírio Diaz e Julio Fuentes continuam por aí, mais vivos que nunca.

Como o rever filmes pode ser instrutivo e compensador para o ego! Como o distanciamento temporal estimula nossa visão e senso crítico!
Posso até extrapolar, a partir de uma ótica pessoal, que “Terra em Transe” não é um filme, é um documentário artístico-histórico-teatral, como os antigos teatros Kabuki  chineses. Posso até, estando mais longe do mito, dizer que Glauber não foi tão genial assim como cineasta, mas sim como profeta de seu tempo e como um artista corajoso, que apesar do clima que rolava, teve peito para dizer o que queria em cinematográficos monólogos.

E como é gratificante ver monstros sagrados como Jardel Filho, Glauce Rocha, José Lewgoy, Paulo Gracindo, Hugo Carvana, Jofre Soares e outros, todos juntos, dando shows de interpretação!

No “The end”, resta só lamentar a partida tão prematura de Glauber em hospitais d´além-mar.

Pensamento-Testamento de Glauber em "Terra...":
* O gênio é eclético - constroi seu mundo a partir de todos os mundos conhecidos.
* A arte é um traço de união entre duas reticências...
* Uma obra quando transcende o tempo, mesmo com elementos de passado e presente, aparenta incompreensão.
* Quando as verdades não vêm rotuladas com ismos tornam-se proféticas.
* Cinema não é teatro - teatro é diálogo.
* Cinema não é literatura - literatura é praxe.
* Cinema não é TV - TV é o casuísmo passageiro.
* Cinema é apenas cinema.


31 de março - in (triste) memoriam

Águas distantes  de Março



Bocas de forno,
forno.
Tirando tudo,
tudo.
Levando bolos,
bolo.
Jacarandás – já
(nas costas).
Quando mandarem,
vão.

E se não for,
apanham,
apanham,
apanham.

Remanim, remanim...
Assim vão os meninos
em suas brincadeiras
ditas duras.
Eternas bocas de forno
quando adultos
perdidos num março
longínquo e morno
cujas águas jamais passarão
em suas lembranças.

Winston

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Parêntese para Martha Medeiros


"A gente procura o sentido da vida em tudo: nos livros, na religião, nos índices da Nasdaq! A gente quer entender. A gente quer um porque.
Pedro Almodóvar vem e diz: não tem porque, ou melhor, não tem só um... A vida é uma salada de emoções, piadas, lágrimas, sexo, pileques, encontros em elevadores e desencontros.
A vida não é tão arrumadinha como a gente gostaria: é um caleidoscópio.
Colorida. Rápida. Absurda. Engraçada. Trágica. Indecente.
A vida é latina."


(Martha medeiros, em: "Non-Stop" - Crônicas do cotidiano)
Ed. L&PM Pocket.

Luar sobre Fortaleza

Luar sobre Fortaleza
Praia de Iracema

Lady Godiva

Lady Godiva

Info-Arte

Info-Arte
Verso e reverso

Fotopoema

Fotopoema
Nascimento

Fotopoema2

Fotopoema2
Picasso - Guernica

O Sudoku de Ant.Gaudi no portal da Sagrada Família em Barcelona

O Sudoku de Ant.Gaudi no portal da Sagrada Família em Barcelona
Qualquer soma nas colunas, nas linhas ou em X dá 33: a idade de Cristo na cruz!

Pensamento1

Pensamento1
Fanatismo

Dies irae dies ille

Dies irae dies ille

These foolish things

These foolish things

Tem dias...

Tem dias...
Tem dias!

Wicked game (Kris Izaac)

Wicked game (Kris Izaac)

Babalu

Babalu
Fotopoema

Festival de Natal - Lago Negro - Gramado-RS

Festival de Natal - Lago Negro - Gramado-RS
Nativitaten - um espetáculo que se renova e merece ser visto e revisto!