Fui a uma loja de discos comprar um DVD do Linkin Park e, surprise: sabe o que me ofereceram? Advinhou – um LP do grupo. Isso mesmo, um LP, isto é Long Playing, daqueles grandes de vinil apelidados de bolachão. Tudo bem, as capas eram (na maioria) bem elaboradas artística e graficamente, com lay-outs elaborados por designers gráficos de peso, com um papelão macio, com um plástico revestindo a capa e o disco. Mas depois de se ouvi-los algumas vezes, por mais cuidados, começava os chiados provocados pela agulha deslizando mecanicamente no sulco! Eis a diferença: o lazer é um raio, portanto a leitura é puramente eletrônica e sem o atrito mecânico da agulha deslizando sobre um prato girando a 33 e meia RPM – rotações por minuto. E quanto melhor a aparelhagem de som, mis chiados se poderiam ouvir.
Os mais sofisticados tinham mecanismos para diminuir os chiados: “companders”, equalizadores e câmaras de eco. Era a eterna busca pelo som perfeito, que só agora chegou com os Blu-Rays digitais. Os menos afortunados se acostumavam mesmo com a música misturada aos “chsssssssss”...!
Para isso o básico era o “toca-discos de agulha” que ainda hoje é manuseado pelos DJ´s. OK, mas voltaram a fabricar e vender os velhos LP´s, e não só para DJ´s, ao público saudosista que não se conforma em deixar de colecionar aquelas obras de arte gráfica, macias, grandes como um quadro e mais elaboradas. Regressão da indústria fonográfica?
Um mimo caro para os antigos aficcionados do gênero? Tá certo, muitos CD´s e até alguns DVD´s musicais só tem mesmo 2 canais (formato PCM). Os CD´s completam em Novembro de 2009 27 anos de existência. Alguns, como o dos Beatles, por exemplo, estão sendo remasterizados para 5.1 digital. Mas os DVD´s mais novos têm 5 canais surround sound apropriados para home-theaters e os Blu-Rays podem ser ouvidos em 10 canais de som.
Porque voltar aos LP´s? Só pela arte das capas? Só para DJ´s? Para colecionadores não, porque os originais podem ser encontrados em sebos reais ou virtuais e o preço não compensa.
Só posso chegar a uma conclusão: a indústria fonográfica, ao invés de investir nos blu-rays para baratear os custos, está regredindo ou está sendo dirigida por alquimistas gagás, que não percebem a evolução das coisas... além de brigarem na justiça contra os downloads de música, daqui a pouco estarão fabricando fitas K-7 e clipes musicais em VHS!