quinta-feira, 31 de julho de 2014

Notas de viagem 3 - Londres 2014


O que posso dizer que curti em Londres?
Poderia falar da beleza e da imensidão dos parques, principalmente de Kensington, onde moraram as princesas Margareth e Diana, da limpeza da cidade, uma das maiores do mundo, mas como curto pequenas e às vezes insignificantes coisas e momentos, alguns e algumas se tornaram inesquecíveis para mim e para qualquer cristão ou muçulmano que veja ou reveja essa antiquíssima City of London, ou The City, como a chamam os nativos.

Confesso que me arrepiei e lágrimas me vieram aos olhos atravessando aquela famosa faixa de pedestres em Abbey Road, capa de um disco dos Beatles, em frente aos estúdios da Apple Records.


Penywern Road, em Earls Court, é quase uma cidade independente.
Aí, próximo a um pacato, pequeno mas confortável hotel três estrelas onde ficamos, encontrei uma mercearia de um indiano onde as frutas têm um viço inacreditável, parecendo colhidas direto do pomar do Raaji que lhes dá um lustro especial. As bananas são mais bonitas que essas brasileiras que costumo comprar aqui nos supermercados.
Um dia perguntei-lhe de onde vinham suas frutas e ele me garantiu que eram do Marrocos!

Aliás, os hotéis 3 estrelas em qualquer lugar do mundo estão mais para hostels: quartos cada vez mais mini e sem frigobar; só falta colocarem um baheiro comum, em compensação, as proximidades compensam.
Earls Court é uma cidade à parte: estações de metrô, parques, restaurantes espetaculares e não tão caros, lojinhas, butiques, casas de câmbio e o escambau. Andar a pé por suas ruas é viver a cidade duas vezes...

Atualmente ir a Londres e não entrar na London Eye, uma super roda gigante de cabines, próxima à London Tower e à beira do Tâmisa, é mesmo que aquela velha estória de ir a Roma e não ver o Papa...se não foi ou perdeu o passeio, perdeu playboy.

Quando sua cabine está no
ápice da roda, você está no ponto mais alto da City, de onde você tem uma visão de 360 graus.

Uma das coisas que me deu prazer e confiança em Londres são seus taxis. Mesmo desconfiando que você é turista, nunca dão arrodeios ou erram o caminho de propósito. O interior dos taxis tipicamente londrinos parecem o interior de uma velha carruagem ou de uma diligência do velho oeste: há sempre um ou dois banquinhos de costas para o motorista e em frente ao banco principal. Um achado, porque cabem até seis pessoas e separando esse espaço e o do motorista, há uma pequena abertura de onde pode-se entabular um bom papo com o dito cujo. E quem disse que londrino é frio ou fleumático? É só puxar o papo. Acho que por isso preferimos pegar taxis a pegar aqueles famosos ônibus de dois andares, o que seria uma boa não fosse o frio da estação.

As cabines telefônicas são bem típicas, porem para nós, turistas, apenas mais um item para fotos e selfies.
Monumentos e palácios têm tanta história nessa cidade que fosse falar de cada um teria de fazer um guia turístico-histórico ou outra Wikipedia. Uma estória contada por um guia entretanto chamou-me a atenção: há uma lenda que reza que a monarquia inglesa sobreviverá enquanto os corvos da Torre de Londres não a abandonarem. Visto isso, como os ingleses parecem acreditar muito em mitos e lendas, vide Harry Potter, O Senhor dos Anéis e outras afins, existe um batalhão de guardas e funcionários na Torre só para cuidar dos corvos e sua prole, e ai de quem matar um corvo na City!

Aliás, falando em Torre, os guardas londrinos da cavalaria do Palácio de Buckingham são iguais aos policiais brasileiros em matéria de polidez, fugindo totalmente do padrão britânico - presenciei vários deles aos gritos, impondo ordem numa fila, botando os cavalos para cima de uma turba de abestados que queriam apenas presenciar a troca da guarda.

Fomos ao Harrods, super loja de cinco (ou mais) andares e um quarteirão quadrado, aliás, mais para shopping à moda antiga do que para loja. Tinha tudo mas nada interessante, nem os preços! Um dejá-vu. Alguém me falou que a loja/shopping/magazine-store do sogro da princesa Diana, que Deus a tenha, foi vendida a um árabe por 4 bilhões de dólares (ou terão sido Libras?!)... o que alguém faria/fará com tanto dinheiro! Não o famoso personagem avarento de Balzac, Pére Goriot, teria condições de manuseá-lo nota por nota, moeda por moeda, tantas quantas as estrela da Via Láctea.
Pessoas entretanto me interessam mais que monumentos ou lojas (exceto as de informática e a loja ecológica da National Geography Foundation, inaugurada em 1888...)


Próximo à estação de metrô de Penyworn encontrei um morador de rua todo encapotado de casacos surrados lendo um sebento "Animal Farm" de Orwell ao lado de um cão viralata bem atento. Após a doação de algumas moedas entabulamos uma conversação começando pelo livro, depois pela raça do cachorro que, por sua vez, me encarou com cara feia ao me ver aproximar mais. Seu breeding era tão misturado que não dava mais para identificar nenhuma raça nele.

Em uma parada próxima a Buckingham o guia brasileiro de contou toda sua estória como imigrante. Daria toda uma novela à parte que não caberia num post desse blog mas que ouvi com interesse pois humana e interessante em seus detalhes e modo emocionado de conta-la desabafando a um patrício.

A volta por uma companhia aérea portuguesa foi melancólica: um atraso de quase doze horas e um portuga velho atrás de mim chutando a poltrona p da vida porque reclinei o assento do avião que ia fazer escala em Lisboa. Também pudera, as poltronas desses Boeings estão cada vez mais apertadas... Como sofrem os gordos nessas viagens!



quarta-feira, 30 de julho de 2014

Notas de Viagem - Bélgica 2014 e seu ídolo mijão!


Os belgas estão cada vez mais corteses! Como o trem para Bruge estava lotado, fiquei em pé na parte traseira das cadeiras, (poderia até dizer poltronas, mesmo). Uma senhora jovem de pronto me ofereceu o lugar. De início recusei (ou por vaidade, considerando-me não tão idoso que não pudesse permanecer em pé ou porque tratava-se de uma mulher resolvi desvendar meu lado cavalheiro) mas prevendo o cansaço por permanecer em pé em uma viagem de mais ou menos uma hora de duração, aceitei a idade e sentei-me.

Aliás, o trem Eurostar europeu que vai a Londres não corresponde exatamente à ideia que se faz dele: atrasos, conversas altas, risadarias, espaço igual a avião, malas isoladas em plataformas de entrada e outras mumunhas, bem diferentes dos trens com cabines de outras empresas.

Inglês é ainda é a língua universal e europeia.
Francês de colégio e gramática não adianta - francófonos estão falando igual a americano - não entendem fala lenta, melhor então falar logo inglês.

Bruxelas tentou imitar Paris em algumas coisas ou quase tudo: na arquitetura, nos arcos, em uma torre, nos palais, nos boulevards, em um arremedo de La Défense, até na própria língua. Exceção feita ao Atomium, monumento de ferro sui-generis imitando um átomo de ferro, que provavelmente representará para Bruxelas o que a torre Eiffel representa para Paris.

O tal Manneken-Pis é uma pegadinha. Uma miniatura de estátua de uns 30 cm, de um garoto nu mijando água eternamente de uma fonte. Não se sabe se mineral ou natural, o certo é que não se pode beber. Beber-se-ia e a fonte logo, logo secaria, pois a multidão de turistas ao seu redor, apinhando-se para uma fotografia ou um selfie, também deve estar sedenta! Diz-se que essa pequena estátua tem trezentos e noventa e tantos anos! Na verdade a ideia tem essa idade porque segundo contam os belgas, o legítimo Manneken-Pis (garoto mijando) foi roubado por uma ladrão, no século 19, (provavelmente para vender o bronze). O Manneken atual é uma réplica.

Pegadinha para turista desavisado? Diz a lenda que se tratava de um pequeno herói, o filho de um Duque, que nos meados da Idade Média, no meio de uma batalha contra invasores, subiu em uma árvore e ficou urinando na cabeça dos soldados inimigos. A lenda infelizmente não conta o que aconteceu a seguir com o garoto que passou a ser símbolo da coragem belga.
Dizem que há uma cópia desse Manneken no Rio de Janeiro! A propósito de que, não sei...

Bruxelas tem problemas com placas: indicações ausentes em elevadores, estações, ruas, etc. Ainda bem que semáforos são raros - respeitam demais os pedestres e os VLTs dominam as ruas.
Cães parecem ser mais populosos que belgas. Estão em toda parte, até em trens, ônibus e hotéis.

Em Bruxelas aprendi uma etimologia interessante: a origem das palavras correspondentes a Bolsa de Valores e Bancos.
Burlem é bolsa: famílias judias ficavam em calçadas com bolsas contendo valores, sentadas em banquinhos, e negociavam qualquer coisa, inclusive papeis, títulos, notas promissórias, trocas de dinheiro, etc. Daí, Bolsa e Banco.

Internet por ai afora? Igual ao Brasil. por enquanto, muito ruim; ponto negativo.
Honestidade? Ponto positivo: ainda no trem, anunciaram um brinco de ouro perdido no lavabo; no hotel, não conferiram o frigobar no checkout; perguntaram o que nós consumimos.

Notas de viagem - Paris 2014, algo mudou!


Em Paris atualmente se fala mais inglês em qualquer lugar, ao contrário de algum tempo (não muito distante) atrás, quando além de não se encontrar muitos franceses dispostos a dialogar na língua de Shakespeare, por orgulho da própria língua, por um certo nacionalismo exacerbado ou mesmo por não gostar de aprender uma língua bárbara.

Mudaram as circunstâncias, mudaram os hábitos.

Os recepcionistas de hotel estão gentis e prestimosos.
Os garçons estão mais divertidos e servem com prazer, não mais com aquele ar blasé e indiferente, de quem está apenas cumprindo uma função, como por exemplo os garçons de Veneza...

Os funcionários de guichês de trens, metrôs e museus orientam as pessoas com prazer. Os guardas, das corporações ou particulares parecem mais guias turísticos! Alguma coisa aconteceu.

Talvez com a crise europeia, que já dura mais de dez anos, houve uma seleção darwiniana - sobreviveram os mais aptos, ou pelo menos os que se empenharam mais ou desempenharam melhor seu papel, sua profissão. O que de certa maneira foi bom para o turismo, para a França e para o astral dos franceses.

Gastronomicamente falando, tirando a historicidade e a fama do Cafe de Flore e do Les deux magots, o que dá o cheiro e o sabor de Paris não são seus restaurantes chiques mas, simplesmente, seus croissants, com seus cheiros e sabor inigualável, que apesar de tentarem imitar em vários lugares do mundo, são inigualáveis e a lembrança do sabor fica grudada na boca e no cérebro, assim como o famoso e saboroso Magret de canard, prato tipicamente francês, que, por si provoca vontade de voltar à cidade luz. 

terça-feira, 29 de julho de 2014

A Copa brasileira e a Física


Essa Copa 2014 traz algumas lições da Física que os próximos treinadores, se soubessem, escolheriam melhor seus jogadores, se tiverem algum conhecimento e interesse em Biomecânica.

A era do futebol-arte se encerrou.! O que temos hoje é o futebol do mais forte, dos encontrões, dos empurrões, dos puxões, das derrubadas ao chão, das caneladas e pisões, da permissividade de juizes e isso não é páreo para atletas magros ou de médio porte. Baixos e/ou magros não estão mais com nada, a não ser que compensem seus parcos dotes com capacidade de aceleração ou velocidade maior. Um atleta de futebol moderno precisa de algumas qualidades físicas essenciais: biotipo de maior altura e massa e capacidade de desenvolver velocidade e aceleração.

A equação da relatividade é semelhante à equação da "Massa viva" , do impacto e da inércia: E=MV2-> I=mv. Ou seja, quanto maior a massa e a velocidade, maior a dificuldade em ser barrado, freado, agarrado, derrubado ou parado.
Quanto aos goleiro: mais altos, mais elásticos e sobretudo com mais reflexos e visão periférica (tipo Júlio César mesmo).


Neymar, é exceção? O que o salva é sobretudo sua velocidade e resistência. Compensa sua falta de massa corporal com mais velocidade, reflexos e sobretudo percepção global do campo e suas possibilidades de jogo. Craque realmente raro, embora no estilo antigo, mas como há velocidade na equação , obtém vantagens disso, apesar de ser um magrelo fácil de ser agarrado ou derrubado, chutado e pisado. Um craque, mas não se sabe até quando vai aguentar tanta contusão!
Lógico que não adiantará nada escolher brutamontes pernas-de-pau, lentos e obtusos.

Essa é a lição que um ex-professor de Biomecânica do Movimento Humano tira dessa Copa, embora ele saiba que interesses Fifentos, interesses de clubes e influências de amigos ou da mídia e até quem sabe, interesses financeiros é que determinarão os atletas escolhidos para as seleções...

Luar sobre Fortaleza

Luar sobre Fortaleza
Praia de Iracema

Lady Godiva

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Info-Arte

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Verso e reverso

Fotopoema

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Nascimento

Fotopoema2

Fotopoema2
Picasso - Guernica

O Sudoku de Ant.Gaudi no portal da Sagrada Família em Barcelona

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Qualquer soma nas colunas, nas linhas ou em X dá 33: a idade de Cristo na cruz!

Pensamento1

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Fanatismo

Dies irae dies ille

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These foolish things

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Tem dias...

Tem dias...
Tem dias!

Wicked game (Kris Izaac)

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Babalu

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Fotopoema

Festival de Natal - Lago Negro - Gramado-RS

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Nativitaten - um espetáculo que se renova e merece ser visto e revisto!