terça-feira, 29 de março de 2011

Tá sem fome? Leia Eça.


Numa época de enlatados, fórmulas químicas, fórmulas alimentícias, verduras em conservantes, temperos industrializados e pobreza químico-culinária, nada mais salivante que a leitura e releitura de Eça de Queirós e o degustar de sua rica descrição dos antigos pratos da cozinha portuguesa e dos vinhos ibéricos.

Assim é em “A cidade e as Serras”, um mar de saliva; Jacinto anuncia "uma festa", por causa do Grão-Duque Casimiro, que lhe ia mandar "um peixe delicioso e muito raro que se pesca na Dalmácia". Em vez de almoço, o Grão-Duque reclamou uma ceia. Serviu-se um Porto de 1834, envelhecido nas adegas do avô Galião. O primeiro serviço: consommé frio com trufas. Vinho branco, Chateau- Yquem. E esperava-se agora o "peixe famoso da Dalmácia, o peixe de Sua Alteza, o peixe inspirador da festa!". Eis que o mordomo "balbuciou uma confidência a Jacinto": o elevador dos pratos, ao subir o peixe de S. Alteza, inesperadamente se desarranjou e ficou encalhado. Todos os esforços foram em vão: o peixe permanecia na travessa, em baixo, na treva, entre rodelas de limão, "numa inércia de bronze eterno".  
O peixe foi abandonado. Serviu-se Chateau-Lagrange (um bordeaux St. Julien); o Barão de Pauillac (peça de carneiro que compreende a sela e as duas coxas); champanhe, ortolan (caça fina); champanhe coalhado em sorvete.

Saliva-se em “O Mandarim” e come-se bem com “O primo Basílio” ao lado do Comendador Acácio, uma figura poço de clichês que suplanta Blanchu, mas excelente garfo, figura ideal para comensais.

Em Eça vai-se às mesas eclesiásticas e episcopais onde se comem quitutes e quindins de arregalar, regados aos melhores Portos do Padre Amaro, um criminoso apenas na visão de sua época. Degustam-se ainda antigos e, pela descrição, saborosos pratos com as velhas tias de “A Relíquia”!


Em O Crime do Padre Amaro há um famoso jantar "todo cozinhado pelo abade de Cortegaça". Participaram o Padre Amaro, o Cónego Dias, o Padre Brito, o Padre Natário. Comemorava-se nesse jantar a comenda de “ Cavaleiro da Ordem de Santiago” outorgada ao Comendador.

O jantar, sucintamenrte descrito: "vasta terrina de caldo de galinha" ("sopa"); cabidela;"côdea de pão ensopado no molho"; ("a cabidela hoje saiu-me boa!... de tentar Santo Antão no deserto!"); "pires de pimentões escarlates"; "frescas malgas de azeitonas pretas"; vagens; broa; "nacos brancos de peito do capão recheado", um bocadinho de asa; vinho da Bairrada em "bojudas canecas azuis"; arroz-doce (o"arrozinho"); vinho do Porto de 1815, de que "não se bebe todos os dias", castanhas molhadas no vinho, pão torrado, café ("todos cambaleavam um pouco, arrotando formidavelmente"), cigarros.

Não saciado, vá até a “A ilustre casa de Ramires” e complete sua degustação mental. Mesmo sem fome, após alguns capítulos, você abrirá a geladeira, e, com nada parecido, vai procurar no catálogo uma confeitaria ou o restaurante mais próximo.

Em “Os Maias”, os criados serviram: ostras, vinho branco:;Bucelas; peixe; "sole normande"; vinho tinto: St. Émilion; poulet aux champignons; ervilhas em molho branco: petits pois à la Cohen; champanhe; ananases, nozes; café; chartreuses e licores e conhaque. O texto toma 24 páginas do romance.

Segundo estudiosos de Eça, em sua obra foram contadas: 603 citações de jantares, 235 almoços e 179 ceias!
Não bastasse isso e as descrições de costumes do século XIX, as tipologias antológicas e imperecíveis, o estilo elegante, a trama interessante digna de Holywood dos tempos áureos dos irmãos Gold e Meyer, ainda por cima Eça faz babar.

Tá sem fome? Leia Eça...

sábado, 19 de março de 2011

Tia Rosa

Etmologia curiosa


Um animal com uma grande população e habitat na antiga Calábria, esperto, medroso mas que imprimia medo e ao mesmo tempo deixava nas pessoas que o viam uma impressão de ternura!
Então os antigos nativos da região o chamaram carinhosamente de "Za Rosa" - Tia Rosa!
Za Rosa gerou várias corruptelas em  dialetos do Lascio:

- Za Rosa = Zarosa = Zorra = Zabosa = Zaposa = "Raposa"...!

Agora olhem bem para a foto dela: 
não parece mesmo qualquer Tia Rosa?

sexta-feira, 18 de março de 2011

Da internet


"Ninguém é tão feio como na identidade, tão bonito como no Orkut, tão feliz quanto no Facebook, tão simpático como no Twitter, tão ausente como no Skype, tão ocupado como no MSN e nem tão bom quanto no Curriculo."

Fábula nada fabulosa!

O regime do velho lobo


Dentro dos limites de suas cercanias, procurou o riacho e bebia calmo (como na fábula verdadeira) a água clara e limpa do riachão (como foi difícil encontrar essa água clara e limpa! - mas, trata-se de uma fábula). De repente a turvação, uma baldeação e porque não dizer - uma subversão das águas. 
E aí o lobo, puto, (como na fábula), comeu viva uma ovelha baldeante que fazia turvação nas barbas de sua autoridade! Sem muita conversa, sem discursos, lento, mastigando, apesar dos bés e més da vítima e de outros balidos insignificantes das outras ovelhas do mesmo redil que pastavam próximas.
O lobo empanzinou e foi ao veterinário que lhe prescreveu repouso remunerado  no covil por alguns dias, e,  além de alguns remédios para pulgas e carrapatos, uma dieta vegetariana.
Deixou de frequentar o riacho e foi confinado no covil.
As ovelhas, ao contrário, continuaram a frequentar o riacho e não só bebiam, baldeavam, turvavam e baliam felizes, com uma falsa sensação de segurança.
Enfastiado do seu covil, o lobo convidou alguns colegas de lobismo, não veganos, para rápida incursão ao riachão.
E foi aquela regressão ovelhicida, tipo pega, mata, esfola!
Alguns amigos e vítimas gritavam em seus vernáculos:
- E aí, cadê o regime, não és mais vegetariano?
- Sou, disse o lobo, mas não posso perder a moral, nem em tempos de ovelhocracia... 

(Moral da história: uma vez lobo, sempre lobo e não tem regime nem covil que remende a genética)

Provérbio Árabe

 Joguem um homem feliz ao Nilo e ele voltará com um peixe na boca!
Joguem um homem infeliz e ele afundará...

quinta-feira, 17 de março de 2011

Apenas a lua!

Ontem à noite ela foi apenas uma lua e nada mais que uma lua.
Meliante noturna, roubou-me a inspiração e as palavras da boca dos poetas, escondeu-se em negrito e fugiu madrugada a dentro!









Winston

Convergência mental

"Não há no Universo coisa que resista ao ardor convergente de um número grande de inteligências agrupadas e organizadas, pensando e desejando a mesma coisa!"





 
 
Teilhard de Chardin
Filósofo e pensador católico evolucionista.

Inspiração

"Caress me pretty music.
You make me feel alive..."
Bob Dylan

Luar sobre Fortaleza

Luar sobre Fortaleza
Praia de Iracema

Lady Godiva

Lady Godiva

Info-Arte

Info-Arte
Verso e reverso

Fotopoema

Fotopoema
Nascimento

Fotopoema2

Fotopoema2
Picasso - Guernica

O Sudoku de Ant.Gaudi no portal da Sagrada Família em Barcelona

O Sudoku de Ant.Gaudi no portal da Sagrada Família em Barcelona
Qualquer soma nas colunas, nas linhas ou em X dá 33: a idade de Cristo na cruz!

Pensamento1

Pensamento1
Fanatismo

Dies irae dies ille

Dies irae dies ille

These foolish things

These foolish things

Tem dias...

Tem dias...
Tem dias!

Wicked game (Kris Izaac)

Wicked game (Kris Izaac)

Babalu

Babalu
Fotopoema

Festival de Natal - Lago Negro - Gramado-RS

Festival de Natal - Lago Negro - Gramado-RS
Nativitaten - um espetáculo que se renova e merece ser visto e revisto!