quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Uma coisa puxou a outra?

        
                                                  
                * Loyola Brandão                           
                  ("Zero")                                        
                  se inspirou (?) em:                             
                                                                  
                * John dos Passos                                 
                  ("1919")                                        
                  que se inspirou(?) em:                          
                                                                  
                * Pudovkin e Eisenstein                           
                  ("O encouraçado Potyenkin")                     
                  que se inspirou (?) em:                         
                                                                  
                * Ibsen                                           
                  ("Espectros")                                   
                  que se inspirou (?) em:                         
                                                                  
                * James Joyce                                     
                  ("Ulisses")                                     
                  que se inspirou (?) em:                         
                                                                  
                * Pirandello                                      
                  ("Espectros da vida e da morte")                
                  que se inspirou (?) em:                         
                                                                  
                  ? (Ou tudo parece!  
       Ou uma coisa puxou outra,                            
                       Ou não tem nada a ver?)   

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Viagem zen

Cruzar os mares,
ir pelos ares,
tanto faz,
a real viagem
é a interior.
Do zen ao zoom,
do bit ao boom,
em um segundo
se percorre o mundo.
Ou o nada,
como uma fada
ao modo inverso
transformando em cinza
as cores do universo.
Do verso ao reverso
do outro lado do ter
o que importa é ser 
e estar atento
para o viver.
Winston
"Ser é unir-se a sí mesmo e unir-se aos outros"
(Teilhard de Chardin)

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Doença do sono também é uma DST!

Qualquer estudante de medicina sabe que a doença do sono, muito comum na África, é transmitida pela picada de uma mosca, a Tsé-Tsé.
O que poucos médicos sabem entretanto é que a Doença do sono também é uma DST, doença sexualmente transmissível, e pode ser transmitida por agulhas contaminadas, transfusão de sangue e relação sexual com paciente infectado pelo tripanossoma, mesmo que ele seja assintomático.
A Revista médica "The Lancet", de Janeiro de 2004, descreve um caso: um brasileiro que esteve em Angola e passou a morar em Lisboa, contaminou sua parceira, uma portuguesa que nunca foi à África, com a doença do sono da qual era portador assintomático.
O artigo científico deduz que o contágio pelo Tripanossoma foi sexual e que portanto deve-se alertar para mais um tipo de DST que pode ser comum em imigrantes africanos ou estrangeiros que de algum modo vitem algum país da África, e, mesmo prevenindo-se contra outras DST´s, possam eventualmente ser piacados pela tsé-tsé e serem portadores inclusive assintomáticos.
Em um dos episódios do seriado americano House, Dr. House e seus pupilos "quebram cabeças" para desvendar um caso de doença do sono sexualmente transmitida a uma paciente.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

O conceito de caridade em Eça de Queiros

"Todos nós que vivemos neste planeta formamos uma imensa caravana que marcha confusamente para o nada.
Cerca-nos uma natureza inconsciente, mortal como nós, que não nos entende e nem sequer nos vê e donde não podemos esperar nem socorro nem consolação.
Só nos resta este secular preceito, súmula divina de toda a experiência humana: ajudai-vos uns aos outros!
Que na tumultuosa caminhada portanto, onde passos sem conta se misturam, cada um ceda metade de seu pão ao que tem fome, estenda metade do seu manto ao que tem frio, acuda com o braço o que vai tropeçar e poupe o corpo daquele que já tombou.
Só assim conseguiremos dar alguma beleza e alguma dignidade a esta escura debandada em direção à morte..." 
("A correspondência de Fradique Mendes")

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

A voz da elite não é a voz do povo

Nem sempre a voz da elite é a voz do povo. Foi assim quando Juscelino Kubitschek planejou a construção de Brasília e a extrema direita da UDN, partido que representava a elite e a então oposição ao presidente, começou a gritar e esbravejar na mídia e a manipular os cordéis de jornalistas amestrados, alegando que se estava afundando a nação com dinheiro emprestado para construir uma cidade perdida no meio do nada! Como seria se a capital federal ainda fosse atualmente no Rio? Prá começar o presidente teria de ter um papa-móvel, o Palácio do Catete não comportaria tantos deputados, lobistas e povo e o acesso seria inacessível na hora do rush.
Além disso o desenvolvimento dos estados do centro do pais ainda continuaria estagnado. A região centro-sul seria só de fazendas cujos donos continuariam morando no Rio. Nem sempre a voz da elite representa a voz do povo.
Um caso clássico é o da Torre Eiffel. Em fevereiro de 1887 um jornal parisiense publicou um manifesto de pessoas do mundo das artes e das letras, que à época representavam a elite francesa, protestando contra a construção de uma "torre de ferro" de 320 metros de altura, em pleno Campo de Marte parisiense.
O manifesto dizia: "...nós, escritores, pintores, arquitetos e amantes da beleza até agora intacta de Paris, protestamos com toda nossa força, toda nossa indignação, ao nome da arte e da História francesa ameaçada, contra a construção, no coração de nossa capital, da inútil e monstruosa torre Eiffel, que a malícia pública, impregnada de bom senso e espírito de justiça já denominou de torre de Babel..."! A bem da verdade, o que seria de Paris sem a torre Eiffel? A voz do povo entretanto tinha razão: é uma Babel. Milhares de pessoas de todas as nacionalidades da terra passam por ela  e sobem seus degraus e elevadores todos os santos dias.
Qual a fonte dessa admiração senão, nas palavras do próprio Gustavo Eiffel: "a imensidade do esforço e a grandeza (e beleza) do resultado? Existe de resto, dentro do colosso, uma atração, um charme próprio, aos quais as teorias ordinárias da arte jamais serão aplicadas!"
Gustave Eiffel ergueu a estrutura metálica de 324 metros de altura, à época a a estrutura mais alta do mundo construida pelo homem, sem um pequeno acidente sequer com nenhum operário durante sua construção. A título de informação ao turista: a fila para comprar ingressos para subir ao primeiro andar, em dias normais, é de aproximadamente 2 horas de espera...ao último andar é de uma hora e meia, mas vale a pena, do alto você vê "tout Paris", em 360 graus, até aonde a vista alcança, mesmo sem usar os telescópios disponíveis e se for à noite, a visão é deslumbrante e vale a pena o cansaço da subida.
Mas a cena mais bonita mesmo é ver a própria torre iluminada, da praça do Trocadero! Aí você repete a frase dos bem aventurados: ainda bem que não morri sem ver Paris... do mesmo modo como você joga uma moeda no lago iluminado do Palácio da Alvorada à noite, faz um desejo de sorte e depois, no fundo da alma, abençoa a memória de Juscelino e pensa que realmente a voz da elite não é a voz do povo.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Fradique Mendes, um internauta em 1900

Se Fradique Mendes, o personagem de Eça de Queirós em “Correspondência de Fradique Mendes, (Porto, 1900), vivesse nos tempos modernos seria um internauta viciado em sites e Blogs!

Leia-se o parágrafo abaixo, exarado por Fradique (ibidem):

“...só me resta ser um homem que passa através de idéias e fatos, infinitamente curioso e atento! A egoísta ocupação do meu espírito hoje consiste em se acercar de uma idéia ou um fato, deslizar suavemente para dentro, percorrê-los mudamente, explorar-lhes o inédito, gozar as surpresas e emoções intelectuais que possam dar, recolher com cuidado algum ensino ou parcela de verdade e sair, passar a outro fato ou outra idéia com vagar e com paz, como se percorresse uma a uma as cidades de um pais de arte e luxo, como turista da inteligência”! (Eça de Queirós)

domingo, 8 de fevereiro de 2009

O DISCRETO CHARME DA BURGUESIA

Revendo-se o discreto charme de um filme típico de Luis Bunuel, realizado em 1972 percebe-se que o filme continua uma parábola onírica atual, enigmática e ao mesmo tempo contundente sobre o clero e a burguesia.

Um clássico mundial do cineasta espanhol onde o inusitado e o insólito marcam cenas aparentemente surrealistas mas de uma clara lição a quem souber lê-las, como um analista em uma sessão psicoterápica, embora impregnadas de aspectos e pensamentos da esquerda da década de 70, pós barricadas parisienses de 1968.

25 cenas se dispõem como um"puzzle", um brinquedo de montar em 25 sessões de catarse. Seis personagens principais representados por atores desconhecidos, no melhor estilo Pasolini parecem dispensar o próprio Buñuel na direção.

Não é um filme para ser visto. É um filme para ser revisto no bom figurino "Cult".

Há tantas leituras possíveis quantas prováveis! O filme começa realmente na cena 2 e Buñuel dá seu recado mais importante entre a 2ª. e a 13ª cenas.

CENA 2: Restaurante.

O dono morreu, mas o restaurante abre como se nada tivesse acontecido! Show must go on.

Ao autor e atores não interessam pessoas ou verdades pessoais, interessa a arte em si, esta não deve faltar. O autor se despoja ao entrar para o altar da arte. O show deve continuar.

CENA 3: O burguês,

representante da elite do terceiro mundo, atira no cão de brinquedo alegando que a dona é terrorista. O velho chavão das ditaduras paranóicas da América latina.

CENA 4 : A droga,

trazida de contrabando pelo embaixador dos Estados Unidos. As elites também praticam seus pequenos (?) crimes. A elite corrupta sempre tira partido de sua posição política/social mas age discretamente, "comme il faut".

CENA 5: A casa.

Chegam as visitas, amigos, para um jantar que não se realizará.

Os anfitriões fazem sexo escondidos no jardim. (As amizades são superficiais e de conveniência.) São menos importantes que um ato sexual. Os visitantes aguardam e bebem enquanto discutem a forma certa dos copos de cristal para determinadas bebidas como se esse "savoir-faire" fosse a coisa mais importante do mundo.

CENA 6 : Os anfitriões.

Escondidos num mal cuidado jardim, fazem sexo, alheios ao que se passa em sua casa. (Buñuel tenta mostrar que para um bom burguês, casa não tem o mesmo sentido de lar. Para a burguesia, lar-doce-lar é uma frase inventada pela classe média. Casa é apenas o espaço que hora se ocupa.

CENA 7: A frase clichê:

“Nenhum sistema pode dar educação ao povo". (Mas educação, para o interlocutor, é apenas uma questão de etiqueta: saber como beber preparar e beber um Dry Martini. Para corroborar a tese, testam o motorista). Cansados de esperar os donos da casa, decidem ir embora, menos pelo casal, mais pelo tédio.

CENA 8 : A Igreja,

na pele do bispo da Diocese, chega a humildemente à casa para servir à burguesia como um simples lacaio (jardineiro). A burguesia o expulsa. Ele não aparenta nenhuma autoridade com suas roupas de pároco de aldeia. (O hábito faz o monge). Mas o bispo se veste de bispo e alega que a Igreja mudou e agora é bem aceito para servir à burguesia como um mero jardineiro, afirmando que aprendeu jardinagem por tradição - manutenção do "status quo" - tradição é a palavra chave para a burguesia. (Aqui uma linguagem explícita, quase brega do chavão socialista: a Igreja lacaia do capitalismo).

CENA 10: Uma orquestra de velhos

toca em uma casa de chá, (mito de eunucos em harém). As mulheres se reúnem para o ócio típico das dondocas: a vida alheia e o papo furado.

CENA 11: O onirismo à La Dali:

Um militar se aproxima e conta sua história onírica: um pesadelo em que sempre a mãe morta relatando ao filho sua (dela) traição. O militar é o superego feminino a amedrontá -las com o mito da maternidade maculada.

CENA 13: A traição.

Uma das mulheres tem um encontro amoroso no quarto do embaixador. Chega o marido para dar uma notícia ao embaixador. A mulher pergunta:

- Quem está ai?

- É seu marido, responde o embaixador.

(A infidelidade é normal) (?).

E o resto é com quem quiser rever esse “Cult”.

Mas o que é que essa italiana tem?

A maioria aposta que é o sorriso. Mas quem a viu de perto aposta no olhar.

Se você está do lado direito da sala ela te olha direto nos olhos, se você muda para o lado esquerdo ela te acompanha com o olhar e continua sorrindo a te fitar.

Como arte, ela não está só no grande salão apinhado de gente. À sua frente e à esquerda de quem entra, está o maior quadro do Louvre, “As Bodas de Canaã”, ocupando todo o retângulo da parede do salão da Mona Lisa, mas quase ninguém o vê, só teem olhos para a italiana de Da Vinci, e ela fita a todos, onde estiverem, com seu olhar transcendental, tipo portal de 4ª. dimensão, igual àqueles quadros bregas do Sagrado Coração de Jesus, feitos com vidros segmentados para parecerem 3-D,  entronizados  em algumas salas de casas do interior do Nordeste.

Alguns visitantes como eu se invocam e ficam andando de um lado para o outro, como a querer comprovar o fenômeno. Os que percebem apenas o sorriso ficam a bater contínuas fotos, mas, mesmo com a miríade de flashes a ricochetar no vidro à prova de balas, ela continua com um sorriso inflexível mas um olhar móvel e enigmático.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Parêntese para Cortázar

Ecumênicos sine die

Les bourgeois c'est comme les cochons,

Plus que ça grandit, plus que ça devient can.

(Canção francesa)

Nunca vou entender por que insultam os burgueses. Se você reparar bem, eles são os autênticos cidadãos do mundo. Como, não? Um burguês venezuelano, um espanhol, um francês e um da Arábia Saudita são muito mais unidos que um comunista chinês, um peruano e um russo. Estes podem ser comunistas até dizer chega, mas um nacionalismo acérrimo os separa para sempre. Em compensação os burgueses têm uma única pátria que é a burguesia, e dentro dela a distribuição do mobiliário é idêntica: aqui a grana, aqui a religião, lá a moral sexual, mais para lá a camisa listrada. Só falta falarem em latim para manter viva aquela universalidade tão sonhada que ao que parece existia na Idade Média, mas agora com as máquinas de traduzir, Mac Luhan e o inglês em vinte lições, logo, logo não vai haver problema.

(Julio Cortázar – “Último Round” – Tomo II)

Luar sobre Fortaleza

Luar sobre Fortaleza
Praia de Iracema

Lady Godiva

Lady Godiva

Info-Arte

Info-Arte
Verso e reverso

Fotopoema

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Nascimento

Fotopoema2

Fotopoema2
Picasso - Guernica

O Sudoku de Ant.Gaudi no portal da Sagrada Família em Barcelona

O Sudoku de Ant.Gaudi no portal da Sagrada Família em Barcelona
Qualquer soma nas colunas, nas linhas ou em X dá 33: a idade de Cristo na cruz!

Pensamento1

Pensamento1
Fanatismo

Dies irae dies ille

Dies irae dies ille

These foolish things

These foolish things

Tem dias...

Tem dias...
Tem dias!

Wicked game (Kris Izaac)

Wicked game (Kris Izaac)

Babalu

Babalu
Fotopoema

Festival de Natal - Lago Negro - Gramado-RS

Festival de Natal - Lago Negro - Gramado-RS
Nativitaten - um espetáculo que se renova e merece ser visto e revisto!