Os belgas estão cada vez mais corteses! Como o trem para Bruge estava lotado, fiquei em pé na parte traseira das cadeiras, (poderia até dizer poltronas, mesmo). Uma senhora jovem de pronto me ofereceu o lugar. De início recusei (ou por vaidade, considerando-me não tão idoso que não pudesse permanecer em pé ou porque tratava-se de uma mulher resolvi desvendar meu lado cavalheiro) mas prevendo o cansaço por permanecer em pé em uma viagem de mais ou menos uma hora de duração, aceitei a idade e sentei-me.
Aliás, o trem Eurostar europeu que vai a Londres não corresponde exatamente à ideia que se faz dele: atrasos, conversas altas, risadarias, espaço igual a avião, malas isoladas em plataformas de entrada e outras mumunhas, bem diferentes dos trens com cabines de outras empresas.
Inglês é ainda é a língua universal e europeia.
Francês de colégio e gramática não adianta - francófonos estão falando igual a americano - não entendem fala lenta, melhor então falar logo inglês.
Bruxelas tentou imitar Paris em algumas coisas ou quase tudo: na arquitetura, nos arcos, em uma torre, nos palais, nos boulevards, em um arremedo de La Défense, até na própria língua. Exceção feita ao Atomium, monumento de ferro sui-generis imitando um átomo de ferro, que provavelmente representará para Bruxelas o que a torre Eiffel representa para Paris.
Pegadinha para turista desavisado? Diz a lenda que se tratava de um pequeno herói, o filho de um Duque, que nos meados da Idade Média, no meio de uma batalha contra invasores, subiu em uma árvore e ficou urinando na cabeça dos soldados inimigos. A lenda infelizmente não conta o que aconteceu a seguir com o garoto que passou a ser símbolo da coragem belga.
Dizem que há uma cópia desse Manneken no Rio de Janeiro! A propósito de que, não sei...
Bruxelas tem problemas com placas: indicações ausentes em elevadores, estações, ruas, etc. Ainda bem que semáforos são raros - respeitam demais os pedestres e os VLTs dominam as ruas.
Cães parecem ser mais populosos que belgas. Estão em toda parte, até em trens, ônibus e hotéis.
Em Bruxelas aprendi uma etimologia interessante: a origem das palavras correspondentes a Bolsa de Valores e Bancos.
Burlem é bolsa: famílias judias ficavam em calçadas com bolsas contendo valores, sentadas em banquinhos, e negociavam qualquer coisa, inclusive papeis, títulos, notas promissórias, trocas de dinheiro, etc. Daí, Bolsa e Banco.
Internet por ai afora? Igual ao Brasil. por enquanto, muito ruim; ponto negativo.
Honestidade? Ponto positivo: ainda no trem, anunciaram um brinco de ouro perdido no lavabo; no hotel, não conferiram o frigobar no checkout; perguntaram o que nós consumimos.