Alguém me perguntou por que a data atual de comemoração do dia do médico é em 18 de outubro. Esse dia é comemorado como o Dia Internacional do Médico desde os tempos da Grécia antiga, pois nesse dia se comemorava a festa do deus grego da medicina: Asclepion, que posteriormente no império romano mudou de nome para Esculapius.
Asclépio, que nada a tinha a ver com Hipócrates, que era médico porém comum mortal, era considerado um deus na Grécia porque se acreditava ser ele filho de Apolo (deus da beleza) com uma grega chamada Coronis. Segundo a lenda, Asclépio tinha uma fina educação a ele dada por um centauro – Quiron – que lhe ensinou não apenas coisas ligadas à Medicina, mas também ligada às artes, cultura e música. Asclépio era um exímio tocador de flauta e lira, além de ter sido inventivo cirurgião. (Pelas esculturas e baixo-relevos da época, acredita-se ter sido ele o inventor das bandagens e dos drenos).
Sua imagem é sempre retratada com uma serpente, animal que para os gregos simbolizava a ressurreição! Justamente aí residiu a desgraça de Asclépio: a insurreição e insubordinação diante da morte. Por essa razão Asclépio foi eliminado pelos raios dos Ciclopes, a mando de Zeus.
Seus filhos entretanto continuaram seu trabalho. Hygea, a filha mais velha, ficou famosa porque ensinava como conservar a saúde através de hábitos de “higiene”. (Observe o nome). Panacea, a segunda filha, ensinava a usar plantas e cascas de árvores á procura de um remédio que curasse todas as doenças. (Observe a palavra em português: “panacéia”). Machaon (Miguel?) e Podalirion foram cirurgiões famosos na guerra de Tróia, sendo citados por Homero na Ilíada.
Diz-se que Asclépio andava sempre com um cachorro, (Hipócrates também), pois os cães sempre procuram comer as ervas certas quando se sentem doentes. Isso provavelmente lhe daria as dicas das plantas medicinais corretas para o tratamento de doenças que se assemelhasse ás do cão. A figura da serpente, entretanto, é mais simbólica, e é assim que Asclépio foi representado no Panteon grego. E foi ela que Hipócrates escolheu para adornar seu cajado. Assim também alguma associação médica do passado a escolheu para o logotipo da Medicina, um par, representando também o equilíbrio, ou talvez uma para o deus Asclépio, outra para o pai Hipócrates. (Ou, como a plebe vulgar explica as duas cobras: “se cura, cobra, se morre, também cobra”...).