“E de repente, caminhando nesse dia atribulado de fevereiro, quando todas as amarguras já bebi em minha vida confusa e malbaratada, nem de todo sábio nem de todo bôbo, não tendo outro propósito no espírito senão o de abrir bem os olhos, pegar os objetos, ouvir, provar os vinhos turvos, respirar esse aroma vegetal de outras tardes antigas, receber enfim a dádiva dos sentidos e cumpri-la, aquecendo-me ao sol, molhando-me na chuva, banhando-me no mar...
De repente em meu caminho cruzado por um cego bêbado e crianças de uniforme, imagino, com remorso, que muita gente esperdiça tempo demais a trabalhar sem amor!”
(Extraido de livro de crônicas)