“Oh tempora, oh mores”, como já disse um sábio/filósofo
das antigas e em latim.
Que tempos são esses, que costumes são esses?
Como conviver com um tempo anti-tempo de assassinos
abundantes, impunes e imune às leis?
Como conviver com um tempo tão anti-tempo onde massas de zumbis
drogados se amontoam em portais de templos religiosos e prédios públicos?
Como conviver e sobreviver em um tempo e com um tempo de tantos genocidas, parricidas,
matricidas, uxoricidas e infanticidas?
Como conviver com a náusea de um tempo onde a prática da
pedofilia vem de onde menos se espera?
Como conviver cara a cara com um tempo de abortados,
abortandos e aborteiros?
Como conviver com um tempo em que a justiça humana é
obscura, cega, surda e muda, a justiça divina também tarda e os burros andam de
farda ou jaleco e alguns de toga?
Como conviver com e em um tempo tão anti-tempo
transformado em guerra diária e perene de sobrevivência em um reino de
Thanatos?
Reinventando-se, reinventando a sociedade? Acordando da
apatia geral? Convocando-nos em rede social? Está o ser humano em processo involutivo? O mais apto em um conceito darwiniano atualizado é aquele que consegue portar armas e se impor violentando a sociedade ou quem consegue barbarizar impunemente e protegido por leis caducas?!
Não precisa explicar nem responder; só queria entender e poder exortar a quem de direito um retorno ou o avanço a algum tempo onde o
homem deixa de ser o lobo do homem, as crianças poderiam brincar tranquilas em escolas
e praças e as famílias pudessem ainda colocar o papo em dia com os vizinhos ou
as cadeiras nas calçadas de quem mora em casas.
Onde a paranoia social fosse apanágio apenas de psicopatas.
"Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração,
tempo em que não se diz mais: meu amor
porque o amor resultou inútil."
(C.Drummond de Andrade)
"Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração,
tempo em que não se diz mais: meu amor
porque o amor resultou inútil."
(C.Drummond de Andrade)