sábado, 6 de maio de 2017

Vida moderna


Há 20 anos moro num apartamento em um edifício de vinte e um andares, dois por andar. Dentre famílias, solteirões, solteironas e agregados, somam-se quase duzentas pessoas.


Desses moradores, conheço perfeitamente e troco ideias com digamos, uma dúzia. Não que seja esquizo, autista, esquivo ou coisa do gênero: são justamente os que habitam no edifício há quase tanto tempo quanto minha família. 

Os demais? São estranhos em todos os sentidos. 

Explico: chegam num mês ou num ano e se mudam no outro. Não sei se devido à crise, aos valores das taxas de condomínio, a outros projetos de vida, ou se alugaram por temporada, o certo é que é um entra e sai inexplicável de mudanças e vais e vens.
Dá-me vontade às vezes de entabular uma conversação com pessoas com quem cruzamos algumas vezes nas áreas comuns, mas não, não dá: o morador também faz parte daquela legião de viciados que não largam o celular, preferem se comunicar pelas redes sociais do que pessoalmente.

De repente entro ou saio do elevador e topo com uma cara nova que nunca vi. Um estranho. Às vezes assusta.
Outro dia assisti na TV um documentário sobre o Edifício Copan em S.Paulo, onde a rotatividade e a variedade da fauna humana são atípicas para moradores de apartamentos em grandes cidades. No Copan, edifício projetado por Oscar Niemeyer na década de 50, com 35 andares e cerca de 2000 residentes, não se consegue, claro, entabular um relacionamento nem com os vizinhos.

Ao que parece, nesse prédio cosmopolita e recorde em número de apartamentos, apenas condôminos mais antigos se conhecem ou conseguem manter um certo grau de amizade.Outras amizades superficiais ou esboços de convivência social podem ser desenhados pelas facilidades de convivência que o condomínio oferece através de equipamentos sociais dos mais variados teores, como se fosse uma vila ou uma pequena cidade. Em seu pátio inferior há acessos de passagens livres até para habitantes de ruas próximas.

Bons vizinhos que se tornam amigos agregam valores à família.
Será que a vida moderna está imprimindo  nas pessoas uma tinta esquizo-paranoide?
Será que a maioria dos edifícios das cidades modernas se comporta como mini Copans?

Será que, guardando as devidas proporções e comparações, estou morando em outro Copan e não sabia?

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