Voar é fácil
Não
falo sobre voar de avião. Nem de tentar voar como o grego Architas de Taranto
em 300 a.C., com seu pombo mecânico, ou como Ícaro, filho de Dédalus, o homem
voador descrito pelo poeta Ovídio, 100 a.C.
nas Metamorfoses, nem como o monge
inglês Oliver, de Malmsbury, no século XI, despencando de uma torre num
arremedo de planador, nem ainda como o
italiano Giovanni Dante (não o Alighieri da Divina Comédia), séculos depois, na
alta idade média, voando também em planador e se afundando no lago Tarsímero.
Nem muito menos na máquina voadora de Leonardo da Vinci durante a Renascença, usando escravos como cobaias. #
Apenas
permaneça na varanda de um edifício, (nunca sobre), encostado à grade de
proteção, em dia de sol e vento. Levante-se, abra os braços, deixe o sol aquecer
sua pele e o vento alisar-lhe os pelos como a provocar-lhe uma sustentação
aérea. Olhe para baixo. Os carros passam, mas não são os carros que passam, é
você que voa sobre eles.
De
repente um pombo dá um rasante à sua frente. Não precisa se assustar. Em seu
voo imaginário nunca haverá acidentes.
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Rereferências históricas: