quarta-feira, 22 de junho de 2011

1984 – um casamento perfeito entre livro e música

Quem leu o livro de George Orwell, ou assistiu ao filme de mesmo nome baseado no livro, e ao mesmo tempo teve a ,oportunidade de comprar o CD/DVD de Rick Wakeman, “1984”, (não sei se continua esgotado no mercado!), se surpreenderá com a intensidade, emotividade e fidelidade com que Wakeman interpretou, através de sua música, teclado e orquestração, os personagens e caracteres do filme homônimo.

E se perguntará porque cargas dágua ele não foi convidado para fazer a trilha sonora original, que, por sinal, não tem nada a ver com o clima ditatorial de 1984 e do Grande Irmão, o Big Brother, o ditador que tudo vê.
As composições de Wakeman para o Big Brother, sim, tudo a ver: se você a escuta, revive o clima e sente os personagens de “1984”.

Antes de tudo uma coincidência: o livro de Orwell, publicado no final da 2ª. Guerra mundial, segundo alguns críticos literários, foi baseado na ditadura russa de Stalin, acreditando que em 1984, com o avanço da tecnologia, o Big Brother teria totais poderes em 1984. No Brasil, em 1984, ainda vivíamos o suspiro final da grande ditadura de 1964! Segundo outros, foi baseado em “The Iron Heel”, de Jack London (onde um movimento político chega ao poder em 1984) ou a “O Napoleão de Notting Hill”, de Chesterton, que se passa em 1984, ou ao poema "End of the Century 1984" ("Fim do Século, 1984") de sua primeira esposa, Eileen O'Shaughnessy. Anthony Burgess afirma, em seu romance “1985”, que Orwell, estando decepcionado com o começo da Guerra Fria, tinha a intenção de nomear o livro “1948”.

O  autor,  Eric Arthur Blair, que ficou mais conhecido por seu pseudônimo:  George Orwell, retrata o cotidiano de um regime político  repressivo. No livro, ele mostra como uma sociedade  coletivista é capaz de reprimir qualquer um que se opuser a ela. A história narrada é a de Winston Smith, representado no filme pelo ator inglês John Hurt, tendo como parceiro nada menos que Sir Richard Burton no papel de O´Brien. Winston é um homem com uma vida aparentemente insignificante, que recebe a tarefa de perpetuar o regime através da falsificação de documentos públicos e da literatura a fim de que o governo sempre esteja correto no que faz. Smith fica cada vez mais desiludido com sua existência miserável e assim começa uma rebelião contra o sistema. Sua principal forma de rebeldia é um amor proibido com a “companheira” Júlia.
O romance se tornou famoso por seu retrato da difusa fiscalização e controle de um determinado governo na vida dos cidadãos, além da crescente invasão sobre os direitos do indivíduo. Desde sua publicação, muitos de seus termos e conceitos, como "Big Brother", "duplipensar" e "Novilíngua" entraram no vernáculo popular. A impressão que se tem é que o autor genialmente se referia a uma nova linguagem do futuro: a linguagem da internet e das redes sociais!
O termo "Orwelliano" surgiu para se referir a qualquer reminiscência do regime ficcional do livro. O romance é geralmente considerado como a obra magna de Blair e, desde sua publicação, é um dos mais lidos e imitados no planeta.


A leitura de "1984" inspirou dois holandeses,John de Mol e Joop van den Ende a fundar em 1994, uma empresa chamada "Endemol" derivando o nome da empresa dos sobrenomes dos fundadores, que vende projetos de programas para emissoras de TV, sendo um de seus maiores êxitos justamente o reality show "Big Brother", que ganhou diversas versões pelo mundo depois da original holandesa.


Segundo a enciclopédia virtual Wikipedia, no próprio ano de 1984 o livro de Orwell já havia sido traduzido para mais de 65 idiomas, mais do que qualquer outro romance de um único autor. O título, os termos, o idioma (Novilíngua) presentes no romance, assim como o sobrenome do autor viraram sinônimo para a perda de privacidade pessoal para a política de segurança nacional de um determinado Estado. 
O adjetivo "Orwelliano" tem muitas conotações. Pode se referir à ação totalitária, assim como às tentativas de um governo em controlar ou manipular a informação com o propósito de controlar, apaziguar ou até subjugar a população. "Orwelliano" também pode se referir à fala retorcida que diz o oposto do que realmente significa ou, mais especificamente, à propaganda governamental que dá nomes errados às coisas; no romance, o "Ministério da Paz" lida com a guerra e o "Ministério do Amor" tortura as pessoas. Desde a publicação do romance, o termo "orwelliano" tem, de fato, tornado-se uma espécie de bordão para qualquer tipo de excesso ou desonestidade governamental e, portanto, tem múltiplos significados e aplicações. A frase Big Brother is Watching You ("O Grande Irmão está te observando") denota especificamente uma vigilância invasiva frequente.

Ainda segundo a Wikipedia: “Apesar de ter sido banido e questionado em alguns países, o romance é, ao lado de “Fahrenheit 451 de Ray Bradbury, Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley e Nós de Yevgeny Zamyatin, uma das mais famosas representações literárias de uma sociedade distópica. Em 2005, a revista Time listou o romance como uma das cem melhores obras de língua inglesa publicadas desde a década de 20.

Mas aonde quero chegar é ao seguinte: se você leu o livro ou  viu o filme, veja se consegue o CD ou DVD “1984” de Rick Wakeman. É imperdível como peça musical. A faixa “Overture” é perfeita, coisa de virtuose! “Julia´s song” nos remete a lirismo, cenas de amor puro e ao mesmo tempo tórrido. Mais bonita e emocionante na voz “rocinolesca” de Chaka Khan. Em “The room” tem-se a sensação de estar lá, sob as vistas do Big Brother, com a repressão batendo à sua porta. Quem viveu um amor proibido ou então sob o período negro de qualquer ditadura vai seguramente se emocionar. A composição “War games” é um libelo, em letra e música, contra a guerra.
Algumas curiosidades sobre o filme:
  • 1984 começou a ser filmado exatamente no dia que começava o diário do personagem "Winston" no livro de Orwell, dia 4 de abril de 1984.
  • A canção-tema do filme se chama “Sexcrime” e é interpretada pela dupla Eurythmics.
  • Foi o último filme de Richard Burton que faleceu logo ao término das filmagens e o filme lhe foi dedicado.
Enfim, eis um casamento perfeito: o livro/filme “1984” de Orwell e as músicas de  “1984” que Rick Wakeman, ex-tecladista do “Yes”,  compôs em 1981 em homenagem a Orwell. Pena que o diretor Michael Radford não o aproveitou como trilha!
Alguns links para clips do filme “1984” no YouTube:

Alguns links para clips do album “1984” de Wakeman:


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