Ví ,em DVD, um filme documentário romanceado sobre a vida e obra da pintora norte-americana Georgia O’Keeffe. Georgia foi uma artista na década de 20, época onde as mulheres não pintavam nem tinham vez no mercado de arte dominado internacionalmente pelos homens. Mas ela pintava pelo prazer de pintar.
Tinha medo de se expor e expor sua obra ao público. Até que conheceu e teve um love affair entre tapas e beijos com um fotógrafo nova-yorkino, Alfred Stieglitz, casado, por quem se apaixonou e passaram a viver juntos no início do século XX (olha o escândalo!), e que a incentivava a produzir e expor seus quadros, por sinal, muito alegres e coloridos, pintados em telas enormes. Na verdade ela tinha sido uma das raras estudantes femininas do Instituto de arte de Chicago e posteriormente da Liga de Estudantes de Arte de Nova York. O’Keeffe relutava em expor mas Alfred, que também era dono da Galeria 291, já tinha exposto uma coleção de desenhos de Georgia, que uma amiga de ambos havia-lhe enviado sem uma autorização expressa da artista.
Georgia relutou em mostrar sua obra ao público até que Stieglitz lhe sapecou na cara a seguinte frase:
“Georgia, uma obra não é arte até que algum rico a veja e apareça para comprá-la ; aí torna-se uma obra de arte...!
Georgia O’Keeffe fez a primeira exposição de suas enormes telas em Abril de 1917, na Galeria de Alfred, a 291. Sucesso total. Vendeu todas as obras para os emergentes dos “roaring twenties” e passou a ficar conhecida no mundo da arte.
Casaram-se em 1924, após um conturbado divórcio do fotógrafo com sua primeira mulher. Em 1928 seu marido vendeu uma série de 6 pinturas de lírios feitas por O’Keeffe por 25000 dólares, um verdadeiro recorde para a época.
A pintora pessoalmente era uma mulher feia e sem muitos atrativos! Dizem as más línguas biográficas que Alfred se aproximou dela mais por vantagens pessoais após conhecer sua produção e aferir e auferir vantagens pecuniárias.
Dizem também que Alfred fez mais de 250 fotos eróticas de Georgia para expor e vender!
O certo é que pouco tempo depois o casal se separou e a pintora se refugiou só, acompanhada apenas de uma empregada nativa, em um rancho, no interior do Novo México, onde, dizem ainda as mesmas más línguas, que ela, algum tempo depois, passou a viver junta com uma grande amiga, Maria Chabot, (aí já é outra estória nada comprovada). Em 1972 ela parou de pintar quando ficou parcialmente cega, após sofrer um processo de degeneração macular, conservando apenas uma visão periférica. Sua sorte é que, no mesmo ano um ceramista desempregado chamado Juan Hamilton, apareceu no rancho pedindo emprego, quando, além de aceito, ensinou a Georgia a arte da cerâmica, e ela, mesmo com um grande déficit de visão, passou a produzir belas e valiosas peças em cerâmica.
Alfred morreu em 1946 de AVC, pouco tempo depois que ela foi para o Novo México. Em 1962 O’Keeffe foi eleita membro da Academia Nacional Americana de Artes e Letras e em 1977 foi agraciada pelo presidente Geral Ford com a mais alta comenda americana, a Medalha Presidencial da Liberdade.
Em 1984 mudou-se para a cidade de Santa Fé e em 1986 morreu aos 98 anos.
Seu rancho no Novo México, o “Ghost Ranch”, transformou-se em um museu onde está uma parte significativa de suas obras.
Veja sua pintura em:
Veja o filme com Jeremy Irons no papel de Alfred.