Perguntaram-me se conhecia o Dr. Fulano de Tal, nome bastante divulgado na sociedade local, e se era um bom psicólogo. Calado fiquei após apenas responder um sonoro “não sei”.
Indicar um profissional de saúde sem nunca ter sido atendido pessoalmente pelo próprio é pior que indicar o número que vai ser sorteado na loteria; pode-se ser sorteado mas se não o for, as complicações que poderão advir também podem sobrar prá você...
A Psicologia como ciência e profissão, quando puramente teórica, mesmo a dita “aplicada”, não tem valor se não for acompanhada por experiências próprias, pessoais ou adquiridas no lidar com seus pacientes e apreendida e aprendidas nas relações humanas reais e interpessoais.
A Psicologia como ciência e profissão, quando puramente teórica, mesmo a dita “aplicada”, não tem valor se não for acompanhada por experiências próprias, pessoais ou adquiridas no lidar com seus pacientes e apreendida e aprendidas nas relações humanas reais e interpessoais.
Como valor agregado há de ter o tempero das desilusões e do lidar com sonhos, ilusões e frustrações, com os enganos, as lutas e os embates da vida. Com máscaras e "personas".
Sem chavão, não custa bater no bordão: a vida ainda é a melhor mestra – mesmo para psicólogos e psiquiatras, com dezenas de teorias comportamentais na cabeça.
Ou seguem alguma “escola”, ou ecleticamente fazem um mix de várias, como os modernos “Transpessoais”; ou simplesmente os que não seguem nenhuma e se derivam para o ramo fácil da auto-ajuda para seus clientes.
Os doutores que me perdoem, os psicologismos são muitos e podem ser vazios se não acompanhados por experiências. As vivências, nesse ramo, ainda são fundamentais.
Os bons nem sempre são aqueles que se promovem na mídia; nem sempre os livrescos, que se promovem escrevendo dezenas de livros de auto-ajuda para se auto ajudar; não são os que têm colunas em jornal e programas no rádio.
Admitamos, bons profissionais da mente não são os que apenas conhecem a mente a fundo pelos livros, pela obra de Freud ou Yung; nem os fieis seguidores da psicologia científica de Wundt, James, Titchener ou Dewey; nem os behaviouristas da Gestalt ou os Fenomenologistas de Merleau-Ponty.
Bons psicólogos e psiquiatras são aqueles que ajudam o paciente não só a colocar os pés no chão, mas também, figurativamente, a cabeça, como em um quadro de Salvador Dali.
São os que se dedicam a cada caso, a cada indivíduo como se a própria pessoa fosse uma “escola” em si, e tentam apoiá-lo e guiá-lo em seus conflitos interiores com sua experiência e a de seu paciente, sabendo que este é o único a realmente conseguir resolvê-los, a seu modo, e, além de tudo, são holísticos, possuem inteligência emocional e equilíbrio para lidar com sua própria mente e a dos outros.
Profissões difíceis! E nesse caso, a prática é amiga da perfeição e o melhor anúncio desse tipo de profissional ainda é o boca-a-boca.