As
noivas (nem os padres!) não sabem, mas para o calendário Juliano, implantado no
império romano por Júlio César em 46 A.C., Junho é que era o mês dos
casamentos, não Maio!
Junho
era o mês dedicado a Juno, a esposa do todo poderoso Júpiter, Zeus dos gregos, o
deus dos deuses.
E
se quem manda no lar ainda é a rainha, “in illo tempore”, quem mandava mesmo
era Juno, a deusa-mor, entidade poderosa no Panteão e considerada a verdadeira
guardiã dos casamentos e protetora de todas as mulheres.
Veja bem, mulherio casadouro: Junho é que é o mês!
Mesmo
com as modificações no calendário, introduzidas 1.600 anos depois pelo papa
Gregório XIII, Junho continuou sendo dedicado a Juno e às casamenteiras, não se
sabendo por que cargas d’água ou conveniências, os noivos, alguns párocos ou a
mídia transferiram os enlaces e o patrocínio celestial para Maio, cuja
patrocinadora era outra: a deusa Maia, uma das deusas das flores da primavera, mãe
de Mercúrio, o protetor do comércio, das artes, da Medicina e das ciências.
(Será
que comércio tem algo a ver com casamento?)
Mas
não tem mês melhor que Julho: calor no hemisfério norte, frio gostoso no
hemisfério Sul, férias(prá quem trabalha, of course, viagens, relax, diversão!
Não foi à toa que o Senado Romano, para babar o poderoso Júlio César, (olha que
costume antigo!), baixou uma lei trocando o nome do mês de Quinctillius” (olha que
nome horroroso!) para Julho.
Mas
a rapaziada romana solteira, chateada com o frio e os chuviscos de Fevereiro,
frequentemente fazia “mobs” e protestava
em frente ao prédio colunado e rico (já àquela época) do Senatus Populusque Romanus com o mote: “queremos
a transferência já das homenagens carnavalescas
a Baco do mês Frebruarius para
Quinctillius”. E acrescentavam o refrão (repetido depois sob as mais variadas
formas em terras tupiniquins): “solteiros unidos jamais serão vencidos”. E os
senadores sempre respondiam: “os cristãos ainda estão servindo de alimento aos
leões do Coliseu e o Papa Gregório ainda não nasceu”.
Atordoados
com as mudanças introduzidas alguns anos depois pelo primeiro imperador romano,
(Adriano não conta), Cesar Augusto (olha o Agosto aí, gente!), consultaram as
Pitonisas, a Esfinge e as Cassandras e elas responderam em côro, com voz
cavernosa: “aguardem o fim do calendário maia em 2012”...
Bem,
aí já é outra estória sobre calendários que poderemos contar (ou não) em 31 de
Dezembro do corrente.