Apenas um anoitecer de Julho sentado numa varanda de um ap qualquer, observando embaixo, bólidos lustrosos apressados encarrilhadamente irritados e acima, o céu profundamente azul e estrelado de Julho.
A brisa vinda do mar, do leste ou do sul, traz sons de pistões de um blues, misturado a batuque afro de pagode de um vizinho antípoda.
Da estante, velhos e aposentados cachimbos me fitam com olhos-bojo de esquecidos que guardam lembranças de priscas e acesas eras quando disputavam pitadas mescladas de half-and-half com cuba-libres nem tanto.
Uma ale Devassa ou uma pilsen Nobel toma-lhes o lugar no sensório, acompanhada de picles e batata-chips, contrabalançando com seu azedo-salgado, o doce lirismo da tarde.
É preciso viver as tardes, consumir as tardes, incensar as tardes.
Eis a vida! Felicidade é o cotidiano m(t)édio. A média e o tédio do ordinary people, lavado no correr das horas mansas, resistindo ao temp(l)o do sufoco e ao sufoco do tempo, a entrar em alfa num voo zen no céu de Julho de Fortaleza, a cidade beleza .
Apenas isso.