sábado, 10 de setembro de 2011

O Planeta dos Macacos: a origem

Assisti  “O Planeta dos macacos: a origem” e após sentar a poeira luminosa da tela na mente, a dita cuja me alertou que o filme é baseado nas teorias do cientista holandês Adriaan Kortlandt, muito em voga na década de 70, embora o diretor Rupert Wyatt não lhe tenha dedicado uma só referência naquelas intermináveis linhas de fim de filme.

Para começar, um engano: nos filmes anteriores os macacos se encontram em outro planeta. No primeiro da série o astronauta (Charlston Heston), no futuro longínquo, tem problemas com  sua nave que se espatifa justamente em um planeta só de macacos humanizados. Como essa película atual poderia ser “a origem” se os macacos personagens do filme encerram o 
episódio ainda em uma cidade, aparentemente São Francisco?

O filme é bem diferente dos primeiros “Planeta dos Macacos” e dos subseqüentes seriados de TV pois tem muita ação e emoções inéditas. Seguramente pode vir a ser um “Cult”.

Onde entra Kortlandt e sua teoria científica?
Seus trabalhos começaram ainda na década de 30 e se estenderam por décadas, com pesquisas e publicações sobre a “hierarquia dos instintos”, quando se deu conta de características comuns entre os instintos humanos e os instintos de alguns animais, sobretudo grandes macacos.

Acesse o link para essa referência em:

Numa dessas pesquisas na África ele colocou um boneco que imitava uma pantera, com uma cabeça que se movia de um lado a outro por uma engrenagem como um motor de limpador de pára-brisas, diante de um bando de chimpanzés e estes a atacaram com bastões de madeira de árvores! “Foi um inferno!”, relatou um membro da expedição em publicações da época. “Os macacos, gritando e pulando - (exato como no filme) – armaram-se de cacêtes, avançaram para o pseudo-leopardo . Uns arrancavam galhos de árvores, desfolhavam-nas e erguiam-nas ameaçadoramente sobre a cabeça do animal; outros apanhavam pedras e lançavam sobre a fera”.

Tudo foi devidamente filmado e Adriaan considerou esse documento visual importante em seus trabalhos de pesquisa antropológica sobre a genealogia de homens e macacos. (Em 1972, (segundo a Wikipedia), o Prof. Kortlandt publicou em Amsterdam um livro sobre paleo-antropologia chamado “New perspectives on ape and human evolution” tendo continuado suas pesquisas sobre o assunto durante algumas décadas, tendo faleceu em 2009 aos 91 anos.

Outra tese de Kortlandt que o filme explora é que nos zoológicos os macacos demonstram possuir habilidades de que não se utilizam quando estão em liberdade, o que, na opinião dos cientistas, parece indicar que no ambiente natural, protegido pelas florestas, eles vivem muito abaixo do seu nível intelectual. Segundo Kortlandt, a inteligência e habilidade dos símios foi desenvolvida há uns 2 milhões de anos, quando habitavam as savanas e estepes, onde, como bípedes poderiam usar as mãos para defesa, caça e coleta. Disputando esse habitat com os humanos, foram por sua vez caçados, predados e perseguidos como “ladrões de bairro”. 

Quando os grandes símios, (sobretudo os chimpanzés que têm uma carga genética quase idêntica à nossa), voltaram à floresta após milhares de anos de lutas, as habilidades que teriam desenvolvido nas estepes degeneraram, voltaram a ser vegetarianos, abandonaram em parte a caça e se adaptaram  por questão de sobrevivência ao novo ambiente.(Darwin explica).
Apesar disso a Dra. Jane Goodall,(foto) primatóloga, etóloga e antropóloga britânica, que viveu durante 40 anos em meio a gorilas na Tanzânia observou macacos caçando antílopes nas pradarias circunvizinhas à floresta. Dian Fossey foi outra  antropóloga que se dedicou à etologia dos gorilas e observou comportamentos semelhantes -  veja o filme (imperdível): “Gorillas in the misty” (“Na montanha dos gorilas”).

“O Planeta dos macacos – a origem” mostra , em um ambiente hightech, o que parece ter sido uma realidade há alguns milhares de anos em habitats primitivos: as primeiras guerras da humanidade foram travadas entre homens e macacos. Os humanos armados de paus e pedras lascadas, os macacos, do que dispunham no ambiente, como mostrou Kortlandt. Claro que os símios sempre perdiam,e, depois das batalhas, banidos do lugar, e com a inteligência inferior a seus maiores inimigos, tiveram de deixar savanas e estepes e voltar às florestas onde sem dúvida poderiam estar mais protegidos dos confrontos.

Esse filme portanto não é totalmente sci-fi... tem um grande fundo de probabilidades reais...e para quem curte psicobiologia, neurociência e comportamento animal, um prato cheio!
Detalhe: Andy Sarkis, avatarizado na pele de Caesar, o chimpanzé, dá um show, melhor que o mocinho James Franco.
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Referências:
.  Kortlandt, A. (1972) - New perspectives on ape and human evolution, Amsterdam, Stichting voor Psychobiologie.
 . Kleindienst, M. R., Burton, F. D., & Kortlandt, A. (1975). On new perspectives on ape and human evolution. Current Anthropology, 16(4), 644-651. Link to article

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