É possível alguém morrer por um ideal? Bem, mártires sempre existiram, desde a mais remota antiguidade. Acredito, porém, que o mártir quase nunca espera o desfecho final. O mártir é o herói que não deu certo... E não confunda mártires com fanáticos. Como, por exemplo, homens-bomba terroristas que dão a vida por uma causa, na esperança de que ao morrer, sua alma vai direto para os braços de um Alah partidário e defensor do mundo muçulmano. Esses não são idealistas, nem estão dando sua vida por uma causa ou para ajudar a humanidade, estão pensando egoisticamente em si mesmos, em passar desta para melhor, de uma situação material que não talvez não seja lá grande coisa, para uma situação espiritual onde realmente acredita que usufruirá das benesses de um Alah todo poderoso. Do mesmo modo como os aviadores japoneses Kamikases da 2ª guerra mundial o faziam, pilotando seus aviões contra os aviões americanos.
É mesmo provável que alguém da classe média, vivendo confortavelmente no mundo moderno, de educação acadêmica, possa sacrificar a própria vida por uma tese, uma tese sociopolítica dentro de uma organização que defende a abolição da pena de morte, morrendo por uma idéia?
Bem, se alguém que faz parte da organização e vive na linha de pobreza, tem gostos refinados e quer sair dessa para uma situação melhor, e pode colaborar com os mártires, sim.
Se alguém tem uma doença degenerativa grave, uma leucemia, por exemplo, com poucas chances de sobrevivência, e quer fazer de sua vida um motivo para corroborar sua tese, sim.
Se alguém era um professor universitário, expulso por falsa acusação de estupro de uma estudante, e, por isso mesmo separado da mulher e impedido de ver o filho que ama, envolvido no dito grupo anti pena de morte e num crescendo alcoolismo que nem o AA foi capaz de curar... Talvez...
Para saber o resultado, e principalmente se a tese que citei inicialmente pode acontecer, aí você vai ter de assistir a esse filme com Kevin Spacey e Kate Winslet - um thriller de ação, suspense, conteúdo e emoção, num filme de 2003: “A Vida de David Gale” – (quando o crime é evidente e a verdade, não) do escritor, ator britânico e diretor Alan Parker (o mesmo de “Evita”, “Asas da liberdade” e “Pink Floyd, the Wall”).