sexta-feira, 29 de junho de 2012

Amizades e reencontros




Seis anos de convivência intensa, forçada pela circunstância de bancos universitários.
Seis anos de amizades, conivências, esperas, brincadeiras, bebedeiras, confidências, alegrias e tristezas compartilhadas.
Seis anos de estudos, papos acadêmicos,  provas, passeios,  vinhos, sangrias, praias, suor, cervejas e algumas lágrimas.
Seis anos de violões, luaus, luares , luaradas, serenatas, e beira-mares.
Trocas de idéias e de esperanças, partilhas e confianças.
Seis anos de amizades.

Dez ou mais anos de afastamento,  separações circunstanciais, forçadas pelo trabalho e pela cidade grande.
Apenas dez anos bastaram para afastar do real, sentimentos, alegrias, dores, esperanças e taças não compartilhadas e lançá-los no baú virtual da memória. Dez anos de pensamentos opostos, afazeres opostos e caminhos opostos.

Seis minutos. Só seis minutos de reencontro. O choque, o nada, o vazio, o titubear das palavras, o estourar da tênue bolha em que se transformam as amizades não cultivadas.
Apenas a frieza do aperto de mão, os olhares mortos e aburguesados e o punhal-palavra-assassina da velha música cantada por Fagner:
- “Olá, como vai?
- Eu vou indo e você,  tudo bem?”

Não, Milton, infelizmente amigo é coisa que a distância evanesce e não deixa guardar!

(Link para "Canção da América":)

quarta-feira, 13 de junho de 2012

13 de Junho


Dia consagrado pelos católicos (e principalmente católicas) a Santo Antônio de Pádua, o santo padroeiro dos casamenteiros e também dos estéreis, das grávidas, dos idosos, dos pobres, dos cavalos, dos jumentos, dos burros (sentido latu e strictu), além do santo das causas perdidas. Como se vê, Antônio de Pádua ou de Lisboa) é bastante atribulado nas esferas celestiais!

E, “pour cause”, o santo parece andar bastante aporrinhado atualmente com tantos pedidos, com muito gasto com velas, com muita salivação em seus ícones e sobretudo com o fato de que milhares de solteironas estão colocando suas imagens de ponta-cabeça, penduradas pelos pés. Em algumas a batina de frade se desfralda e dá até para ver suas cuecas medievais. Outras chegam ao ponto da sacanagem de sacar fora o Menino Jesus de seus braços e só devolver quando arranjam um par!

Parece estar tão chateado que anda despachando muitos pedidos de qualquer jeito, colocando bombeiros pobres nos seios de peruas ricas, soldados tarados no leito de antigas estrelas de TV, piriguetes jovens apaixonadas por senhores provectos (embora aba(e)stados) e vice-versa. Vagabundos e bandidos realizando o sonho de amor de moiçolas ainda estudantes, com direito a barrigada e posterior abandono! Na Itália, onde é recorrido, realizou o sonho de uma velhinha deserdada de oitenta e tantos anos casando-a com um bonitão de vinte e poucos.

Nos cartórios e pias batismais da Europa, França e Bahia é cada vez maior o número de registros para Antônio, nem que seja combinado – Luis Antônio, Antônio Luis, Antônio Mário, Mário Antônio, José Antônio ou Antônio José.
Quem mais anda chateando o Santo é o pessoal do Cariri, no Sul do Ceará.  Todo ano se repete o fato: dezenas de machos agarrados ao pau de S.Antônio e a mulherada correndo atrás e ao lado, querendo tocá-lo.

Ao que parece há uma vingança antonina. Observe-se a mídia diária: casamentos de graças alcançadas que se desfazem no altar, que só duram meses ou até dias; namoros relâmpagos que só persistem em motéis; bebês mal saídos da maternidade cujos papais desaparecem!

Cuidado, mulherio. Deixem o pobre do Santo em paz. Melhor não cutucá-lo com vara curta. Apesar de padroeiro dos casamenteiros e dos burros (coincidência?), S.Antônio não é burro e, das esferas celestiais onde está, é capaz de ver que o planeta já tem mais de 7 bilhões de almas e não comporta mais nem um Antônio. Cuidado com os pedidos, apesar de santo, sua (dele) vingança poderá ser maligna!

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Junho é que é o mês!


As noivas (nem os padres!) não sabem, mas para o calendário Juliano, implantado no império romano por Júlio César em 46 A.C., Junho é que era o mês dos casamentos, não Maio!

Junho era o mês dedicado a Juno, a esposa do todo poderoso Júpiter, Zeus dos gregos, o deus dos deuses.

E se quem manda no lar ainda é a rainha, “in illo tempore”, quem mandava mesmo era Juno, a deusa-mor, entidade poderosa no Panteão e considerada a verdadeira guardiã dos casamentos e protetora de todas as mulheres.

Veja bem, mulherio casadouro: Junho é que é o mês!

Mesmo com as modificações no calendário, introduzidas 1.600 anos depois pelo papa Gregório XIII, Junho continuou sendo dedicado a Juno e às casamenteiras, não se sabendo por que cargas d’água ou conveniências, os noivos, alguns párocos ou a mídia transferiram os enlaces e o patrocínio celestial para Maio, cuja patrocinadora era outra: a deusa Maia, uma das deusas das flores da primavera, mãe de Mercúrio, o protetor do comércio, das artes, da Medicina e das ciências.
(Será que comércio tem algo a ver com casamento?)

Mas não tem mês melhor que Julho: calor no hemisfério norte, frio gostoso no hemisfério Sul, férias(prá quem trabalha, of course, viagens, relax, diversão! Não foi à toa que o Senado Romano, para babar o poderoso Júlio César, (olha que costume antigo!), baixou uma lei trocando o nome do mês de Quinctillius” (olha que nome horroroso!) para Julho.

Mas a rapaziada romana solteira, chateada com o frio e os chuviscos de Fevereiro, frequentemente  fazia “mobs” e protestava em frente ao prédio colunado e rico (já àquela época) do  Senatus Populusque Romanus com o mote: “queremos a transferência já das  homenagens carnavalescas a Baco do mês  Frebruarius para Quinctillius”. E acrescentavam o refrão (repetido depois sob as mais variadas formas em terras tupiniquins): “solteiros unidos jamais serão vencidos”. E os senadores sempre respondiam: “os cristãos ainda estão servindo de alimento aos leões do Coliseu e o Papa Gregório ainda não nasceu”.

Atordoados com as mudanças introduzidas alguns anos depois pelo primeiro imperador romano, (Adriano não conta), Cesar Augusto (olha o Agosto aí, gente!), consultaram as Pitonisas, a Esfinge e as Cassandras e elas responderam em côro, com voz cavernosa: “aguardem o fim do calendário maia em 2012”...
Bem, aí já é outra estória sobre calendários que poderemos contar (ou não) em 31 de Dezembro do corrente.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Uma experiência musico-sensorial



Felix Mendelssohn Bartholdy é mais popular por sua “Marcha nupcial”, peça abusivamente executada em casamentos, mas seu Concerto em mi para violino e orquestra é uma experiência musical e psicológica muito forte. O 1º movimento desse concerto do judeu Mendelssohn é uma tremenda sacação emocional de certos lances da vida! Prenúncio de drama, de pesadelo. A fala nervosa e irritada dos violinos nas oitavas, discutindo com os celos e oboés alguma problema grave.

Uma sensação de algo pesado e difícil. Sensação de anúncio e escape a algo não muito bom a acontecer. Um sonho ruim de passado que tenta se continuar no presente. “Bad memories” em “present-perfect-tense”.

Ventania e clima alternado frio/quente/carregado.
O céu ameaça cair, qualquer hora a casa cai.
Como vamos ficar? Há abrigos? A quem recorrer?
Mas há soluções à vista.

Cathy, perdida no “O morro dos ventos uivantes”, sozinha, à meia-noite, lá no topo do morro,à beira do abismo .
Difícil equilíbrio shakespeariano entre o ser e o não ser...

Poderia ser alguém de nós, só, às 11 da noite em plena praça do Ferreira em Fortaleza, desfilando liso e desarmado entre marginais com a espada de Dâmocles sobre a cabeça.

Talvez tenha sido isso que Mendelssohn quis passar através da música nesse concerto: uma sensação desagradável que vem à tona rápida, persistente, insistente como um gosto de azinhavre ou de braço de poltrona na boca.

Conselho: pule o primeiro movimento (ou não, para se aliviar no segundo e no finale). O segundo mostra que a tempestade típica de Orlando no verão, mesmo com seus trovões e relâmpagos, era apenas e nada mais que uma simples e passageira chuva. Não caíram coriscos. O vento forte agora é uma brisa leve. Nuvens cinzentas se esfumaçaram.
Há um diálogo calmo entre os instrumentos (interlocutores).  Calmante sem uso de drogas.
O drama pintado era prelúdio de saídas. Soluções aparecem quando menos se espera.
Há que se ter confiança e esperança e o diabo nunca é tão feio como se pinta.
Pode-se pelo menos assobiar, sorrir, nunca gargalhar, mas pelo menos dormir.

O acalanto vem no Finale.
A paz se derrama saltitante, quase gay como Gene Kelly em “Cantando na Chuva”.
Há entendimentos e “insights”, luzes no fim do túnel.
Nada é grave, nada é grande, nada deve perturbar o curso da vida, esta sim, embora curta, deve ser grande. Tudo agora parece pequeno diante da grandeza da vida.
Tudo é superável: climas, situações, problemas, conflitos, preconceitos.
Agora a beleza, a alegria e o consenso falam mais alto.
Até que enfim a catarse. Retorna-se ao “joie-de-vivre”.
Concerto completo de Mendelssohn em Mi menor – uma sessão musical de descarrêgo!


 Quer uma mostra grátis?
Acesse:

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Homem do Litoral


Homo Litoralinensis

Apenas um homem do litoral...

quinta-feira, 3 de maio de 2012

DNA















Será:
D (eus) NA
terra e nos céus?

D (e) N sA
mente em
Gens
Como
Deusesgens
na
gen te.

Um
Deus-GEN-te
presente em
todos os viventes.

Gen-i-al
logicamente
Gens et Al.

O próprio livro
da vida, o
GEN esis?

(1982, To Watson and Creek)

terça-feira, 24 de abril de 2012

Conselhos


Não gosto de conselhos, de dá-los ou recebê-los. Raramente aconselho alguém embora em algumas ocasiões gosto de ouvi-los. Guardo-os, mastigo-os, faço uma digestão mental e só após tomo uma decisão a favor ou contra o aconselhado.
Quando os dou, dou conselhos que gostaria de ter recebido em situações semelhantes.
Dou os conselhos que gostaria de dar a mim mesmo. Como disse o matemático e filósofo: tomai como vossos os conselhos que derdes.

Por isso aconselhei algumas vezes a amigos e sinto que o fiz bem e com sentimentos d’ alma. Não fora isso, não o teria feito.

Não aconselho porém a ninguém aconselhar alguém (olha o paradoxo!).
Cada um sabe o caminho que lhe convém, onde o calo aperta e de que jeito aperta, ou como diz o ditado popular: “cada passarinho ao comer pedrinhas sabe o tamanho do anel que tem...”


Aos livros sagrados,sábios e filósofos cabem os melhores conselhos; mas mesmo alguns filósofos antigos, como os epicureus, advertem: "...não peçam conselhos aos deuses (gregos); como eles estão livres  das agitações dos sentimentos, portanto de qualquer sensação de benevolência ou de ódio, jamais influenciariam a vida dos homens. Eles não recompensam nem punem; não se incomodam nem tomam parte do contínuo ir e vir do nascer e perecer cósmico..." 
Assim o próprio Epicuro deixou àqueles que o seguiam a possibilidade de tomar suas próprias decisões sem se aconselhar nem aos deuses! E acrescentou: "nós mesmos somos os guias do nosso próprio destino pois podemos formá-lo com nosso próprio raciocínio.


No mundo moderno, psiquiatras e psicanalistas não aconselham: fazem você se descobrir e descobrir seus caminhos.

Porque acima de tudo, conselhos devem ser frutos de experiência.
Embora nem sempre o mesmo caminho que pode ser bom prá um pode ser ruim ou péssimo para outro. E experiências são profundamente pessoais!

Não fugindo ao chavão, cada um sabe de si. Se alguém está perdido, buscando rumos, mais cedo ou mais tarde poderá se encontrar. Se estiver em dúvida, quem sabe vale se aventurar?

quarta-feira, 7 de março de 2012

Divagação noturna

Não sei porque, ao ouvir Chopin, percorre-me sempre uma onda de relax pelo corpo, do pé do pescoço ao fim da coluna, dos dedos do pé ao alto do giro frontal!
Uma paz doce e suave como um momento pós orgasmo.

Um Noturno de Chopin ao piano e eu fico a me imaginar no sul da Espanha, em Palma de Majorca, onde as ondas do mar azul do Mediterrâneo se diluem em espumas nas rochas da Costa Brava.

É noite, sentado em um salão iluminado por velas, escuto o barulho do mar misturado ao som dos dedos magros de Frederick ao piano, com George Sand a seu lado, bela e feminina, apesar do nome e das roupas masculinas, acariciando os cabelos de Chopin.

Ao som do Noturno Nº 2, opus 9, sou apenas um espectador virtual, que viaja na imaginação, levado pelas tristezas e preocupações noturnas. A noite mexe com as glândulas e os pensamentos. Apago a luz, me embalo pela tristeza de uma Polonaise e durmo me sonhando numa sala iluminada por lampiões, um candelabro de velas sobre o piano e nós três ao som dedilhado por teclas, levados em turvelinho ao ápice de uma paz surreal.

domingo, 4 de março de 2012

Palavras

As palavras são armas perigosas.
“Parole come veneno”, constata uma canção italiana.
Mais que veneno: faca de dois gumes que pode ferir também quem as atira nos ouvidos do outro.

É preciso ter cuidado com vocábulos que saem de sua boca, além disso, o velho ditado de “faça o que digo e não faça o que faço”, soa falso!
Palavras devem se referir mais a quem as dita do que a quem as escuta. E por palavras, entendam-se opiniões, conselhos, conceitos, maneiras de ver as coisas ou encarar a vida ou julgamentos. Tudo subjetivo.

O mundo julga como se julga o mundo e julgamentos verbais são recíprocos.

As palavras, de tão usadas, tornam-se gastas como roupas coloridas, perdem a cor e a essência.
E às vezes acontece o que disse o compositor francês Claude Debussy, um homem que só falava o essencial: “O falar aberta e demasiadamente é sempre uma fonte de conflitos”.
Ou como dizia Sir Winston Churchill: “as melhores palavras são as mais breves...”.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Circo

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Parêntese para Paulo Mendes Campos

 “E de repente, caminhando nesse dia atribulado de fevereiro, quando todas as amarguras já bebi em minha vida confusa e malbaratada, nem de todo sábio nem de todo bôbo, não tendo outro propósito no espírito senão o de abrir bem os olhos, pegar os objetos, ouvir, provar os vinhos turvos, respirar esse aroma vegetal de outras tardes antigas, receber enfim a dádiva dos sentidos e cumpri-la, aquecendo-me ao sol, molhando-me na chuva, banhando-me no mar...

De repente em meu caminho cruzado por um cego bêbado e crianças de uniforme, imagino, com remorso, que muita gente esperdiça tempo demais a trabalhar sem amor!”

(Extraido de livro de crônicas)

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Cristovão Colombo não era italiano

Uma das coisas que me surpreendeu quando estive em Barcelona, há alguns anos atrás, foi uma estátua de Cristóvão Colombo, no alto de um pedestal de 50 metros de altura, de costas para a cidade e de frente para a baia do cais de “la Fusta”, apontando para o mar em atitude indicativa! 

Que teria Colombo a ver com Barcelona? Porque os catalães teriam erigido uma efígie em homenagem, segundo a história oficial, a um pretenso italiano de Gênova?
Em um bar nas Ramblas perguntei a um provecto senhor, aparentemente conhecedor das coisas da cidade, porque Colombo estava ali no “moll de la Fusta”, apontando para o Mediterrâneo!
- Colombo não era genovês, era Catalão, respondeu o cidadão. E não está em direção ao mediterrâneo. Aponta para o estreito de Gibraltar. Deste cais ele saiu para o Atlântico em direção à América...
- Mas...
- No más. Punto y basta.

Bosta, pensei eu, e continuei matutando toda vez que me dirigia à região do Port Vell ou à Barceloneta, atravessando a Avenida Colombo ( Paseig de Colón) pela Rambla.

Aquela estátua martelou meu cérebro durante quase 3 anos até que um belo dia, por acaso, abrindo a TV no History Channel e, tchan, tchan, tchan: estava começando um documentário sobre a Teoria Catalã de Cristóvão Colombo!
Não perdi uma vírgula. Ou melhor, perdi porque me esqueci de gravar.

Um doutor em arqueologia e antropologia, professor de uma daquelas famosas universidades americanas, não lembro se Harvard, Stanford ou Yale, Charles Merril investigou minha ( e de inúmeros outros historiadores) insistente pergunta e chegou à conclusão de que Cristóvão Colombo realmente era um catalão que mascarou e escondeu suas origens até à morte.
Seu próprio filho, D.Fernando Colombo, escreveu um livro (em castelhano), “História Del almirante D.Cristóbal Colón”, obscurecendo a pátria e a origem de seu pai, por vontade expressa do seu progenitor.
Segunda pergunta intrigante: por que?


Fatos apresentados pela teoria Catalã:
  • Todos os escritos de Colón, como se intitulava, foram escritos em língua castelã (castelhano), com expressões típicas do coloquial catalão.
  • Até nos seus escritos em latim, língua erudita 
  • daquele período, escreveu com forte influência hispânica e não genovesa.
  • À época a Catalunya pertencia ao reino de Castela e Aragão.
  • Colón era um navegador inimigo de João II, aspirante ao trono de Aragão, contra o qual lutou em várias batalhas navais e depois foi sucedido pelos reis católicos D.Fernando e D.Isabel.
  • Colón permaneceu algum tempo em Portugal, que em meados do século XV ainda pertencia ao reino de Castela e Aragão, tendo se casado com uma fidalga portuguesa.
  • Fidalgos só se casavam com fidalgos e judeus ricos com judias ricas.
  • Após exames de DNA feitos nos ossos de Colombo e do seu irmão, mostrados no documentário, Merril descobriu que Colombo era judeu “sefardi” de acordo também com a tese de outro historiador, Salvador de Madariaga (DE MADARIAGA, Salvador. “Vida del muy magnífico senõr Don Cristóbal Colón”. [S.l.]: Espasa-Calpe, reimpresso em 1975), segundo informação do site Wikipedia.
  • Colón teria ocultado ou mascarado sua verdadeira origem por vários prováveis motivos: queria muito dinheiro dos reis católicos para financiar sua incursão às Américas e, sendo judeu e tendo lutado contra João II, jamais seria admitido à corte de D.Isabel e principalmente para fugir da perseguição da “Santa Inquisição”. Melhor seria ser confundido ou se passar por genovês, uma vez que muitos de seus ascendentes, os Coloms ou Columbus, em latim, seriam judeus sefardi de Gênova, fugidos da perseguição da Inquisição italiana para a Catalunya onde, de acordo com o mesmo Madariaga, teriam se convertido a “novos cristãos”.

Outras teorias foram lançadas, até de alguns historiadores portugueses no começo do século XX de que Colombo seria português...(por ter casado com uma portuguesa?). Bem, aí já é outra estória de português, (não outra história)...




Agora entendo a estátua de Colón do alto de seu pedestal em Barcelona e torço para que essa teoria vá fundo, desmascare a história oficial e revele a verdadeira biografia de um herói, um guerreiro, um desbravador,um homem que mudou o mundo.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Pai Noel e o Palhaço Picolé

Quem é, melhor dizendo, e quem foi realmente o bispo Nicolau?
Porque essa figura esdrúxula que já caiu no imaginário planetário da cristandade está tomando o lugar do aniversariante verdadeiro: Cristo?

A Wikipedia nos diz em seu site que essa rubra figura nada mais é que o ícone de um bispo nascido no século IV, em Patara, na Lícia, antiga região da atual Turquia.

Nicolau de Mira, dito o Taumaturgo, foi bispo em Mira, na Ásia Menor, no século IV. À época do império romano, sob o regime de Diocleciano, foi preso por se recusar a negar sua fé cristã.  Sob o regime romano de Constantino, emigrou de Constantinopla (hoje Istambul) para a Rússia, onde, apesar de não mais exercer suas funções episcopais, se notabilizou por sua extrema caridade e sua preocupação com os pobres e crianças carentes.

Nicolau foi cognominado taumaturgo porque, em latim canônico, essa palavra significa “fazedor de milagres”. Conta a lenda que seu amor por crianças carentes e doentes era tanto que,  por várias vezes,  conseguiu até ressuscitá-las. Foi beatificado, santificado e eleito santo maior da Igreja Ortodoxa Russa e consagrado  padroeiro da Rússia.

Uma questão intrigante: apesar de iconizado como símbolo do Natal, o verdadeiro dia de S.Nicolau no calendário católico apostólico romano e ortodoxo russo é 6 de Dezembro e não 24 de Dezembro, quando erroneamente é festejado a ponto de atualmente ofuscar o verdadeiro aniversariante!
Outra questão: São Nicolau, apesar de bispo, não andava vestido de vermelho nem era gordo como seu ícone aparenta. ao contrário, como era comum aos antigos cristãos e sobretudo dirigentes religiosos, fazia sacrifícios, jejuava bastante, era frugal na alimentação, peregrinava a pé por toda a região em sua missão evangélica e deveria se privar de muitos confortos, jamais poderia ter uma imagem de velho gordo e bonachão. 

A imagem que impingem às crianças deve ser fruto do imaginário popular que atribui à época de Dezembro a época da colheita e da fartura na mesa.
Essa figura entretanto está se agigantando nos tempos atuais, consagrada pelo mercado, multiplicada em miríades pelo comércio, patrocinada pela indústria e estimulada pelos pais . Está roubando a cena e o significado da festividade: Natal, Noel, Natividad, Christmas, é aniversário de uma figura milhões de vezes maior, sem a qual não existiria nenhum São Nicolau.  O verdadeiro Papai Noel, Papai Natal, o pai do aniversariante deveria ser, no mínimo, São José.

Ok, você venceu: São José não cuidou de muitas crianças carentes, apenas de uma, salvando-a da fúria de Herodes...

Na verdade o significado simbólico dessa figura mítica de um bom velhinho é o da idealização infantil de um velho e amável pai provedor, que nunca morre e sempre retorna anual e obrigatoriamente para a festa “natalina”, a ponto de se confundir com a própria festa e tomar o nome da própria festa – Papai Noel!

Vamos imaginar o seguinte: seu aniversário é comemorado todo ano por dezenas e depois centenas de amigos. E todo ano, invariavelmente, por anos seguidos, mesmo depois de você crescido, seu pai convida o palhaço Picolé para distribuir presentes para você, os convidados e as crianças do bairro. Aí em um dos seus últimos aniversários você se espanta: você foi esquecido em um canto, recebe poucos cumprimentos e quase nenhuma atenção, enquanto a mundiça toda celebra a grande figura do dia, travestido em um de seus milhares de clones e vestido de amarelo berrante, com um gorro verde abacate na cabeça, eis que desce de helicóptero para sua festa, sob fogos e os aplausos de toda a galera, nada mais nada menos que o grande, gordo, venerado e ansiosamente esperado Palhaço Picolé!
Você, o que faria?

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Sentimentos indescritíveis


Existem sentimentos e emoções que a caneta, o papel, a música ou a poesia não têm condições de transmitir. Sons, letras e palavras são insuficientes. Há sentimentos e emoções indescritíveis na vida quando a tentativa de exprimi-los não diz tudo porque são engramas que ficam no fundo da mente ou da alma, como queiram.

Como a extrema paz e a extrema depressão.
Uma alegria muito intensa e uma tristeza profunda.
Ou um momento passageiro e não captável de um “joie de vivre”, quando um arrepio vem da espinha e percorre o corpo com um bem estar indizível.
Uma paisagem súbita que subitamente massageia a visão e depois se perde no espaço  mas fica gravada no tempo.
Um som breve e perfeito  ressoando ao longe e depois reboar como um eco nos ouvidos.
Um estar bem entre pessoas queridas que ali nunca se encontrarão novamente.
Um momento de integração com a natureza ou com o cosmos, testemunhando o simples prazer de estar vivo.

Sentimentos que não se compram, não se vendem, não se descrevem nem se promovem. Sentem-se ou não.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Flashback


Dezembro, 8, era o dia de saída do internato para casa,  para três meses de doce fazer nada. Julho passava muito rápido para contar.


E todo 8 de Dezembro, dezenas de anos depois, acende na memória uma chama de lembrança, não da vela oferecida em voto ao dia da Virgem Imaculada, mas de uma sensação de liberdade inexplicável em plena puberdade dos onze, doze, treze e quatorze anos. Quatro anos suficientes para uma reflexão forte, um engrama beliscando o inconsciente e uma tomada de posição consciente de não mais voltar.

Mas isso já é outra estória. Voltemos a 8 de Dezembro.

Quatro meses sem a família e de repente o esperado dia.
Quatro meses de obrigações rígidas e de repente o “dolce fare niente”.
Quatro meses de paisagem confinada e de repente o panorama.
Quatro meses de coleguismo e de repente os(as) coleguinhas.

Dia sete, a ansiedade total, a insônia, a angústia, a náusea, os planos e o medo, medo de a mãe não estar lá na portaria bem cedo a me esperar.
São oito horas da manhã do dia 8 e ela já telefonou perguntando por mim.
Dia oito, o relaxar, o encontro, o desencontro e o reencontro; os cheiros diferentes, a visão diferente, os novos sons, os sabores contrários, as emoções.
Nesse dia, dezenas e dezenas de anos depois, ainda sonho saindo pelo portão grande e barroco do Seminário da Prainha, levando de frente uma lufada de sonho e vento da praia de Iracema, protegido no alto pela efígie do Cristo Redentor me apontando o caminho e deixando para trás as crenças rituais, a fé nos ritos apostólicos romanos, mas sempre com um Deus cósmico no coração.

Nas noites do dia oito de Dezembro, abraço em sonhos meus pais falecidos, tomo a benção a tios que já se foram e beijo a mão da tia Vanda, a que me fazia belos bifes na chapa, tentando inutilmente me engordar, com a tia Guiomar sentada ao lado, a aprovar, fitando-me com seus grandes olhos de lago parado.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Estética e preconceito

Artrópodes têm um tronco evolutivo comum. Baratas e joaninhas são parentes muito próximos. Joaninhas fazem pequenos vôos. Baratas também. Mas que fenômeno estético e mental me faz achar bonita e admirar uma joaninha ou outro besouro de casco luzidio e achar horripilante o corpo de uma barata?

Que conotações histórico-evolutivas e associativas fazem os humanos,  principalmente o sexo feminino, achar horripilante uma barata e bonitinha uma joaninha? 
Que mecanismos psicológicos projetivos ou substitutivos estão implicados no fato?

Na evolução da humanidade, por milhares de anos enquanto a espécie ainda morava em cavernas, terão havidos conflitos de coabitação com esses artrópodes farejadores de comida e asquerosamente sequiosos por grutas, inclusive as pequenas grutas humanas: boca, ouvidos, etc.?

Terão sido esses conflitos de coabitação gravados e arquivados no inconsciente coletivo e, mesmo em habitações melhores milhares de anos depois, repetidos como um imprint na mente humana? Que conotações as baratas possuem,  sobretudo na cabeça das mulheres, que geraram esse imprint genético e transmitido de geração em geração nos meandros dos neurônios humanos? Os endocrinologistas poderiam até inventar um "baratômetro" para detectar o nível de hormônios femininos: soltava-se uma coleção de baratas de dentro de uma caixa e quanto maior o grito e a carreira,  maior o nível de estrógenos.

Ah, (dirá o pessoal da saúde), esse bicho asqueroso transmite muitas doenças, sobretudo hepatite C...
Tudo certo. Mas está provado e pesquisado: as formigas doceiras, aqueles minúsculos e inocentes insetos caseiros, transmitem muito mais doenças que as baratas e nos hospitais, são os principais vetores de infecções hospitalares.

A mesma aversão humana se verifica entre pássaros e morcegos, esses últimos, nossos antigos competidores em cavernas!

Estaria essa estética nas mesmas raízes psico-genéticas que geram empatia, simpatia, antipatia, aversão e até pavor? Ou seria apenas um fenômeno geral de estética inerente ao ser humano e nato, segundo Aristóteles!?

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Os iniciantes que me perdoem mas experiência é fundamental

Perguntaram-me se conhecia o Dr. Fulano de Tal, nome bastante divulgado na sociedade local, e se era um bom psicólogo. Calado fiquei após apenas responder um sonoro “não sei”.

Indicar um profissional de saúde sem nunca ter sido atendido pessoalmente pelo próprio é pior que indicar o número que vai ser sorteado na loteria; pode-se ser sorteado mas se não o for, as complicações que poderão advir também podem sobrar prá você...

A Psicologia como ciência e profissão, quando puramente teórica, mesmo a dita “aplicada”, não tem valor se não for acompanhada por experiências próprias, pessoais ou adquiridas no lidar com seus pacientes e apreendida e aprendidas nas relações humanas reais e interpessoais.


Como valor agregado há de ter o tempero das desilusões e do lidar com sonhos, ilusões e frustrações, com os enganos, as lutas e os embates da vida. Com máscaras e "personas".

Sem chavão, não custa bater no bordão: a vida ainda é a melhor mestra – mesmo para psicólogos e psiquiatras, com dezenas de teorias comportamentais na cabeça.
Ou seguem alguma “escola”, ou ecleticamente fazem um mix de várias, como os modernos “Transpessoais”; ou simplesmente os que não seguem nenhuma e se derivam para o ramo fácil da auto-ajuda para seus clientes.

Os doutores que me perdoem, os psicologismos são muitos e podem ser vazios se não acompanhados por experiências. As vivências, nesse ramo, ainda são fundamentais.
Os bons nem sempre são aqueles que se promovem na mídia; nem sempre os livrescos, que se promovem escrevendo dezenas de livros de auto-ajuda para se auto ajudar; não são os que têm colunas em jornal e programas no rádio.

Admitamos, bons profissionais da mente não são os que apenas conhecem a mente a fundo pelos livros, pela obra de Freud ou Yung; nem os fieis seguidores da psicologia científica de Wundt, James, Titchener ou Dewey; nem os behaviouristas da Gestalt ou os Fenomenologistas de Merleau-Ponty.
Bons psicólogos e psiquiatras são aqueles que ajudam o paciente não só a colocar os pés no chão, mas também, figurativamente, a cabeça, como em um quadro de Salvador Dali.

São os que se dedicam a cada caso, a cada indivíduo como se a própria pessoa fosse uma “escola” em si, e tentam apoiá-lo e guiá-lo em seus conflitos interiores com sua experiência e a de seu paciente, sabendo que este é o único a realmente conseguir resolvê-los, a seu modo, e, além de tudo, são holísticos, possuem inteligência emocional e equilíbrio para lidar com sua própria mente e a dos outros.
Profissões difíceis! E nesse caso, a prática é amiga da perfeição e o melhor anúncio desse tipo de profissional ainda é o boca-a-boca.

domingo, 20 de novembro de 2011

Georgia O'Keeffe e a frase que mudou sua vida

Ví ,em DVD, um filme documentário romanceado sobre a vida e obra da pintora norte-americana Georgia O’Keeffe.  Georgia foi uma artista na década de 20, época onde as mulheres não pintavam nem tinham vez no mercado de arte dominado internacionalmente pelos homens. Mas ela pintava pelo prazer de pintar. 

Tinha medo de se expor e expor sua obra ao público. Até que conheceu e teve um love affair entre tapas e beijos com um fotógrafo nova-yorkino, Alfred Stieglitz, casado, por quem se apaixonou e passaram a viver juntos no início do século XX (olha o escândalo!), e que a incentivava a produzir e expor seus quadros, por sinal, muito alegres e coloridos, pintados em telas enormes. Na verdade ela tinha sido uma das raras estudantes femininas do Instituto de arte de Chicago e posteriormente da Liga de Estudantes de Arte de Nova York. O’Keeffe relutava em expor mas Alfred, que também era dono da Galeria 291, já tinha exposto uma coleção de desenhos de Georgia, que uma amiga de ambos havia-lhe  enviado sem uma autorização expressa da artista.

Georgia relutou em mostrar sua obra ao público até que Stieglitz lhe sapecou na cara a seguinte frase:

“Georgia, uma obra não é arte até que algum rico a veja e apareça para comprá-la ; aí torna-se uma obra de arte...!

Georgia O’Keeffe fez a primeira exposição de suas enormes telas em Abril de 1917, na Galeria de Alfred, a 291. Sucesso total. Vendeu todas as obras para os emergentes dos “roaring twenties” e passou a ficar conhecida no mundo da arte.

Casaram-se em 1924, após um conturbado divórcio do fotógrafo com sua primeira mulher. Em 1928 seu marido vendeu uma série de 6 pinturas de lírios feitas por O’Keeffe por 25000 dólares, um verdadeiro recorde para a época. 

A pintora pessoalmente era uma mulher feia e sem muitos atrativos! Dizem as más línguas biográficas que Alfred se aproximou dela mais por vantagens pessoais após conhecer sua produção e aferir e auferir vantagens pecuniárias. 

Dizem também que Alfred fez mais de 250 fotos eróticas de Georgia para expor e vender!

O certo é que pouco tempo depois o casal se separou e a pintora se refugiou só, acompanhada apenas de uma empregada nativa, em um rancho, no interior do Novo México, onde, dizem ainda as mesmas más línguas, que ela, algum tempo depois, passou a viver junta com uma grande amiga, Maria Chabot, (aí já é outra estória nada comprovada). Em 1972 ela parou de pintar quando ficou parcialmente cega, após sofrer um processo de degeneração macular, conservando apenas uma visão periférica. Sua sorte é que, no mesmo ano um ceramista desempregado chamado Juan Hamilton, apareceu no rancho pedindo emprego, quando, além de aceito, ensinou a Georgia a arte da cerâmica, e ela, mesmo com um grande déficit de visão, passou a produzir belas e valiosas peças em cerâmica.

Alfred morreu em 1946 de AVC, pouco tempo depois que ela foi para o Novo México. Em 1962 O’Keeffe foi eleita membro da Academia Nacional Americana de Artes e Letras e em 1977 foi agraciada pelo presidente Geral Ford com a mais alta comenda americana, a Medalha Presidencial da Liberdade.

Em 1984 mudou-se para a cidade de Santa Fé e em 1986 morreu aos 98 anos.
Seu rancho no Novo México, o “Ghost Ranch”, transformou-se em um museu onde está uma parte significativa de suas obras.

Veja sua pintura em:



Veja o filme com Jeremy Irons no papel de Alfred.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Ontogênese adolescente

Li uma reportagem de um magazine semanal, a revista “Isto É”, sobre um estudo científico do comportamento tipicamente adolescente baseado em dados de Neurociência.
A conclusão básica é a de que o adolescente é, como diria o falecido cantor-compositor Raul Seixas, uma “metamorfose ambulante”.

A mim, pelas conclusões básicas postas na revista sobre esses estudos, me parece apenas mais uma  confirmação de um aforismo científico de um fisiologista do século XIX: “A ontogênese repete a Filogênse”, ou seja, o desenvolvimento do ser humano desde sua fase embrionária até sua plena capacidade, repete os passos da evolução.

Sabemos hoje que o embrião humano tem as mesmas guelras de peixe, o mesmo rabo dos répteis e algumas glândulas misteriosas que persistem na infância, como o Timo, por exemplo, própria de mamíferos primitivos, além  de outras quizumbas genéticas surpreendentes estudadas pela Ontogenia e Embriogenia.

O que me surpreendeu na pesquisa neuro-científica atual, abordada pela revista, foi a semelhança entre os dados encontrados  e os dados expostos no livro “Os dragões do Eden”, um livro de Carl Sagan, que teve sua primeira edição no Brasil em 1985, onde o autor combina campos de Antropologia, Biologia da evolução e Psicologia Comportamental.

Os dados mostrados resumidamente pela revista apontam que certos comportamentos adolescentes são próprios da evolução ou da ausência de desenvolvimento de certas áreas do cérebro.

Desordem no quarto: a região cerebral responsável pela organização espacial ainda não amadureceu.

Aderência a bandos e tribos, gregarismo em turminhas: a quantidade de neurônios-espelho, aqueles responsáveis pela cópia de comportamentos de pais, parentes ou amigos próximos e iguais; nessa idade, esses neurônios estão em seu número máximo!

Prazer e recompensa imediata (tendência explicável ao uso de drogas): o cérebro adolescente se inunda de dopamina, (o hormônio cerebral do prazer e do bem estar), com o menor estímulo que satisfaz.

Raiva surpreendente ou tristeza profunda: o Sistema límbico, uma região cerebral primitiva e bem desenvolvida nos répteis, desenvolve-se em tamanho e atividade máxima nessa fase. (Cuidado ao lidar com um adolescente – ele é uma cópia neurológica reptiliana! Suas emoções não têm meio termo, são intensas e iguais a de uma cobra – não mexa com ela(e)...

Impulsos incontroláveis: o córtex pré-frontal, responsável pelo controle e racionalidade dos impulsos, ainda não amadureceu completamente. Os impulsos neurais seguem vias neuronais primitivas, localizadas em estruturas do tronco cerebral, nas regiões mais primárias do cérebro.

O magazine, de Outubro de 2011, cita suas fontes e dá mais detalhes que não me cabem aqui reproduzir. Estou colocando apenas tópicos que também batem com os estudos de outro livro: “O Macaco Nu”, de Desmond Morris, publicado no Brasil no início da década de 70 pela Editora Record. Uma resenha do New York Times sobre esse livro afirmou: “um retrato do homem como primata por hereditariedade e carnívoro por adoção...”

O que chama atenção são alguns aspectos do mesmo estudo neurológico que considera como “positivos”, socialmente falando, alguns comportamentos derivados desses aspectos neurológicos do cérebro adolescente, tais como:

  • Maior percepção sobre o que quer e pensa o outro.
  • Mais capacidade e rapidez de tomar decisões.
  • Raciocínio mais complicado.
  • Maior capacidade de planejar ações.
Ora, o que é isso senão um cérebro reptiliano, o cérebro de um réptil predador, uma estrutura neurológica e comportamental típica de dinossauros, preparados para ataque e defesa?
Resumindo a ópera, cuidado: se fosse possível, você nunca poderia lidar com Galimimos, Estegossauros, Megalossauros ou outros sauridas semelhantes. Não por acaso, o herói do "Parque dos Dinossauros", de Spielberg, é um adolescente.  

Conforme-se, você nunca aprenderá a lidar também com ofídeos criados, a não ser que esteja na mesma idade aborrecente...

sábado, 29 de outubro de 2011

A Grama


















Ah, essa grama tão verde
já esbatida em marrom
Escrínio de antigo som
Tom que reverberará
em nosso ouvido cansado
e nos que ainda vão ser.

Ah, essa grama é a tela
onde projeto o que fomos
o que nunca nós seremos
e o que devia ter sido.

Ah, essa grama é a vela,
a vida, o vento e o alento.

A grama onde se perde
todo o azul da infância
a grama onde a lembrança
não cresce além da pele
nem dos pelos da cabeça.

Essa grama é aquela grama
muito antiga na memória
Aquela grama onde dançam
as menininhas de trança
e as bolas que pulam e rolam
num movimento perpétuo.

Winston

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Similaridades culturais enigmáticas

Existem algumas similaridades culturais enigmáticas na história das civilizações que me surpreendem e espantam desde que, de calças curtas, comecei a estudar os livros do curso fundamental, antigo “curso primário” (que na verdade não eram tão “primários” assim!).


Uma delas, por exemplo, é a similaridade entre as carrancas dos barcos do rio São Francisco e as dos navios vikings. Que influencia os ribeirinhos do velho Chico teriam  sofrido dos antiqüíssimos navegadores vikings? 

Como gente de cultura tão simples e tão “naif” teria tido acesso a informações e imagens suficientes para assimilar as carrancas dos barcos vikings e incorporá-las a seus barcos? 

A crença básica, segundo estudos de ambas as culturas é a mesma: figuras horrendas, zooantropomorfas, com expressão geral de ferocidade, cabeças alongadas, olhos oblíquos e malévolos e bocas ameaçadoras, espantam os inimigos ocultos, a inveja e os maus espíritos das águas. 

Apesar de as novas embarcações do Velho Chico já não adotarem mais as carrancas em sua proa, elas continuam como objeto de decoração e de crença – acredita-se que colocada em um local de um ambiente onde elas visualizem o acesso, elas neutralizam imediatamente a inveja e o mau olhado.

A pergunta básica e antiga na minha cabeça é:
- Como, de que maneira, os vikings influenciaram a cultura do São Francisco?



Veja mais sobre as carrancas do S.Francisco em:

Outra similaridade cultural que continua a me surpreender é aquela que existe entre as pirâmides das culturas pré-colombianas, maias, incas e astecas e as pirâmides egípcias. Quem levou essas informações a essas culturas em uma época onde não havia nenhum artefato feito pelo homem capaz de cruzar os mares ou os ares?


Em um livro que foi best seller no mundo todo, “Eram os deuses astronautas?”, escrito em 1968, o escritor e pesquisador alemão Erich Von Daniken, sugere que as pirâmides das culturas pré-colombianas da América foram, mesmo que indiretamente, influenciadas por seres extra-terrestres, com suas naves viajando à quase velocidade da luz e frequentando a terra desde priscas eras!


Sabemos que os seres pré-históricos construíam pequenos morros (os precursores das pirâmides) que serviam de túmulo para seus chefes ou figuras importantes da tribo. 

Na China, no Japão e em outras culturas orientais primitivas essa tradição persistiu por milênios, desde os primórdios da idade da pedra. 

As pesquisas arqueológicas brasileiras, sobretudo as realizadas no Piauí pela professora pesquisadora  Niède Guidon, encontraram em sítios arqueológicos no Piauí, pequenas formas primitivas e pré-históricas de pirâmides de terra e barro, chamadas “sambakis” que, embora muito menores, já teriam uma similaridade persistente e consistente com os morrotes funerários orientais!


Acredite quem quiser,  mas a segunda pergunta básica que não cala é a seguinte:
- Quem influenciou quem a fazer pirâmides e como foi possível essa influência arquitetônica? Será que os gens de seres migrantes conseguem transportar durante milênios informações culturais e fenotípicas?

Luar sobre Fortaleza

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Praia de Iracema

Lady Godiva

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Info-Arte

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Verso e reverso

Fotopoema

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Nascimento

Fotopoema2

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Picasso - Guernica

O Sudoku de Ant.Gaudi no portal da Sagrada Família em Barcelona

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Qualquer soma nas colunas, nas linhas ou em X dá 33: a idade de Cristo na cruz!

Pensamento1

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Fanatismo

Dies irae dies ille

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These foolish things

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Tem dias...

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Tem dias!

Wicked game (Kris Izaac)

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Babalu

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Fotopoema

Festival de Natal - Lago Negro - Gramado-RS

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Nativitaten - um espetáculo que se renova e merece ser visto e revisto!